Ucrânia: Papa assinala os mil dias de guerra e reforça apelo «por paz justa e duradoura»

Francisco agradeceu ao núncio apostólico na Ucrânia por ter permanecido ao lado da população

Foto Mikhail Palinchak/EPA/Lusa

Cidade do Vaticano, 19 nov 2024 (Ecclesia) – O Papa Francisco refirmou hoje que “a guerra é sempre uma derrota” e apela a uma “paz justa e duradoura”, no dia em que assinalam os mil dias de guerra na Ucrânia, desde a invasão russa.

“A guerra é sempre uma derrota. Peço mais uma vez que se ponha fim à loucura da violência e de um comprometimento por uma paz justa e duradoura”, escreve Francisco, na conta @Pontifex_pt, na rede social ‘X’.

“Rezemos pela população ucraniana”, apela o Papa, na publicação realizada em nove idiomas, esta terça-feira, 19 de novembro, quando se assinalam os mil dias do início da guerra na Ucrânia, com a invasão russa deste país, no dia  24 de fevereiro de 2022.

Francisco marca também este dia com uma carta enviada ao núncio apostólico na Ucrânia, o arcebispo Visvaldas Kulbokas, onde agradece por ter “permanecido ao lado” da população nesta “tragédia imensa”, divulga o portal ‘Vatican News’.

Desde o início da guerra, o Papa que se refere à Ucrânia como “martirizada”, chama-a agora também de “amada”, e explica que são uma “súplica fervorosa a Deus, única fonte de vida, esperança e sabedoria”, para que converta os corações e “os torne capazes de iniciar caminhos de diálogo, reconciliação e harmonia”.

Dirigindo-se aos ucranianos, Francisco espera que a “PAZ”, palavra que escreve em letras maiúsculas na sua carta, “infelizmente esquecida pelo mundo de hoje”, possa voltar a “ressoar nas famílias, nos lares e nas praças da querida Ucrânia”, e lamenta que “infelizmente, pelo menos por enquanto, não é assim!”.

“Nenhuma palavra humana é capaz de proteger suas vidas dos bombardeamentos diários, nem consolar aqueles que choram os mortos, nem curar os feridos, nem trazer de volta as crianças, nem libertar os prisioneiros, nem mitigar os efeitos severos do inverno, nem restaurar a justiça e a paz.”

O Papa revela que se une à oração daqueles que “todas as manhãs, às 9 horas, com um ‘minuto de silêncio nacional’”, na capital Kiev e em outras cidades, recordam “com dor as numerosas vítimas do conflito – crianças e adultos, civis e militares – assim como os prisioneiros, que frequentemente se encontram em condições deploráveis”.

“Uno-me a eles para que o clamor que sobe aos Céus, de onde vem o auxílio, seja mais forte: O meu auxílio vem do Senhor, que fez o céu e a terra”, acrescenta.

Francisco termina a carta enviada ao seu representante na Ucrânia, D. Visvaldas Kulbokas, onde fala aos ucranianos, com uma oração a Deus para que, “enquanto recolhe todas as lágrimas derramadas”, possa consolar os corações e fortalecer a esperança de Sua presença, citado pelo portal ‘Vatican News’.

“Será Deus quem pronunciará a última palavra sobre esta imensa tragédia”, assinala o Papa nos mil dias do início da guerra na Ucrânia.

“[Bênção] a todo o povo ucraniano, a começar pelos bispos e sacerdotes, com os quais você, caro irmão permaneceu ao lado dos filhos e filhas dessa nação ao longo de todos esses mil dias de sofrimento.”

O arcebispo Visvaldas Kulbokas, em entrevista ao ‘Vatican News’, alerta, nestes 1000 dias de guerra, que “o sofrimento está aumentando”, e é por isso que é muito importante “fazer sentido, o sentido cristão diante da insegurança e do medo”.

“Eu não ousaria dizer que a Igreja conseguiu fazer isso perfeitamente, mas cada pastor ou cada crente tenta fazer isso de acordo com suas próprias forças”, acrescentou o núncio apostólico na Ucrânia, analisando que, desde o início da guerra em larga escala, podem “ver que a guerra não está diminuindo, pelo contrário”.

CB/PR

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Agência ECCLESIA

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