Ucrânia: Núncio apostólico em afirma que as «pessoas estão muito preocupadas e tensas»

D. Visvaldas Kulbokas sonha com quem esteja na «política com sinceridade e dedicação»

Foto D.R; Marcha da Unidade na Ucrânia

Kiev, 14 fev 2022 (Ecclesia) – O núncio apostólico na Ucrânia, D. Visvaldas Kulbokas, disse que as pessoas estão “muito preocupadas e tensas” com a atual situação na fronteira com a Rússia, e criticou os políticos que não encontram soluções por causa dos interesses.

“As pessoas estão muito preocupadas e tensas; é evidente que os políticos muitas vezes não encontram ferramentas adequadas para superar os conflitos, porque quase sempre há algum conflito entre os interesses de parte”, afirmou o responsável católico, divulga o ‘Vatican News’.

O representa da Santa Sé na Ucrânia revelou que o seu “sonho” é ver em todos os lugares, não só na Europa, “mais pessoas que se dediquem à política com sinceridade e dedicação”.

“Reconhecendo que se trata de uma vocação digna, a serviço de todos, de não deixar nas mãos de quem zomba da política como se a própria vida e a dos outros não fossem nada”, acrescentou D. Visvaldas Kulbokas, à Agência SIR dos bispos italianos.

Este domingo, no Vaticano, o Papa afirmou que os responsáveis políticos devem fazer “todos os esforços pela paz” na Ucrânia, alertando que as notícias são “muito preocupantes”.

“As notícias que chegam da Ucrânia são muito preocupantes. Confio à intercessão da Virgem Maria e à consciência dos responsáveis políticos todos esforço pela paz”, disse Francisco, na oração do ângelus.

A Ucrânia enfrenta uma crise no leste do país, com conflitos armados entre as forças de Kiev e separatistas pró-russos apoiados por Moscovo; a Rússia é acusada pelos países ocidentais de preparar uma invasão ao território ucraniano, depois de ter anexado a região da Crimeia há oito anos, em 2014.

O governo russo nega as acusações e critica o Ocidente por, alegadamente, procurar o alargamento da NATO até às suas fronteiras, exigindo o fim do reforço militar da Aliança Atlântica no leste europeu.

Sobre o caminho para que exista uma promoção da paz no mundo hoje, o núncio apostólico na Ucrânia indicou que, “antes de tudo”, a conversão “a Deus e ao verdadeiro e eterno ‘eu’”, realçando que os seres humanos são chamados “a ser luz e amparo uns dos outros”.

Para D. Visvaldas Kulbokas, todos os que causam a guerra ou aqueles que não se comprometem em proteger a paz, “não têm o direito de se chamar cristão”.

“Nós, como pessoas de fé, cristãos ou judeus ou muçulmanos, sabemos que só na verdadeira fé em Deus temos a possibilidade – e a chave certa – de resolver os conflitos; gostemos ou não, é assim: só a fé sincera nos ilumina”, assinalou.

O embaixador da Santa Sé na Ucrânia concluiu que a paz e a promoção da convivência entre todos continuam a ser uma “vocação clara e imperativa”: “Confiemos nossa súplica de paz ao Senhor Jesus e à Virgem Maria”.

CB

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Agência ECCLESIA

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