D. Pavlo Honcharuk continua na diocese, apesar do ataque russo
Lisboa, 04 mar 2022 (Ecclesia) – O bispo de Kharkiv, na Ucrânia, afirmou que os bombardeamentos russos dos últimos dias provocaram várias mortes e elevados danos materiais, mantendo-se na cidade para prestar assistência à população.
“Ali eram apartamentos. Todas as janelas foram arrancadas. Muitas pessoas foram mortas. Os cabos aéreos de uma linha de autocarros foram destruídos”, descreve D. Pavlo Honcharuk, num vídeo enviado à fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
Na terça-feira, uma das bombas caiu na residência episcopal do responsável greco-católico, sem causar feridos.
O bispo assinala que a Igreja Católica procura manter “o ritmo de trabalho assistencial normal”, preparando, por exemplo, o envio de refeições quentes para duas estações do metropolitano convertidas em ‘bunkers’ subterrâneos, onde estão centenas de pessoas abrigadas.
D. Pavlo Honcharuk tem visitado, juntamente com o bispo Mytrofan, da Igreja Ortodoxa ucraniana, as populações refugiadas nos abrigos e visitado feridos nos hospitais.
A AIS anunciou na última semana o envio de apoio de emergência no valor de 1 milhão de euros para os sacerdotes e religiosas que trabalham com refugiados, em orfanatos e em lares para idosos na Ucrânia.
Os ataques russos, muitos com mísseis, fizeram explodir o telhado do prédio da sede da polícia regional em Kharkiv e também atingiram a sede dos serviços de informações e um prédio da universidade, para além de edifícios residenciais, de acordo com autoridades ucranianas.
Várias igrejas e a mesquita central da cidade também foram atingidas pelos bombardeamentos.
Em sete dias de conflito, mais de um milhão de refugiados já deixaram a Ucrânia, um país com cerca de 43 milhões de cidadãos, para países vizinhos, especialmente a Polónia, segundo dados da agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
D. Mykola Luchko, administrador apostólico da Diocese de Mukachevo, na Ucrânia, denuncia em vídeo divulgado através da internet, o “massacre” russo.
“Assim como Jesus Cristo deu a sua vida por valores, por amor, pelo seu próximo, cada um deve dar o seu exemplo. Nós vamos permanecer até o fim”, afirma.
OC