O grupo conta com sete crianças, já integradas na escola
Fátima, 07 abr 2022 (Ecclesia) – Os Missionários da Consolata estão a acolher, em Fátima, 11 refugiados ucranianos, entre eles sete crianças.
“Vieram para a casa de Fátima, um casal com três filhos, uma mãe com dois filhos e uma avó com dois netos, vinham cansados, depois de dois dias inteiros de viagem mas felizes por, finalmente, chegarem a um porto seguro”, disse hoje o padre Simão Pedro, membro da comunidade religiosa, em declarações à Agência ECCLESIA.
Os refugiados ucranianos chegaram “há cerca de três semanas”, trazidos pela Junta de Freguesia de Fátima e os Missionários da Consolata abriram as portas ao acolhimento de quatro adultos e sete crianças, com idades entre os quatro e os 12 anos.
“Por intermédio do padre Sílvio, ucraniano a residir em Fátima, chegou o pedido à Consolata para acolhimento de refugiados ucranianos que estivessem de passagem até conseguirem ficar autónomos”, explicou o religioso.
O padre Simão Pedro recorda o dia da chegada em que tinham “preparado um jantar especial”, uma vez que chegavam pelas 20h00 mas refere que “pouco comeram, tal era o cansaço que só queriam dormir umas horas seguidas”.
Os primeiros dias foram usados para “regularização da situação de todos”, com a ajuda dos Missionários da Consolata; passados cinco dias, as “crianças estavam já inseridas em colégios de Fátima”.
Na casa dos Missionários da Consolata em Fátima colabora Emília, imigrante ucraniana que está em Portugal há 24 anos e faz a ligação com os refugiados.
“Também a Emília acolheu dois netos e a nora, o filho ficou lá para combater, é uma realidade difícil, uma avó contente por ter os netos junto dela, mas muito amargurada e é comovente ver”, descreve o padre Simão Pedro.
Unidos a esta difícil realidade que têm acompanhado desde o início da guerra na Ucrânia, os Missionários da Consolata promoveram uma dia de oração pela paz, designado “Vamos semear a paz”.
“Nesse dia tivemos atividade com crianças de Fátima e convidamos estas crianças refugiadas, estiveram todos juntos e mesmo sem perceberem a língua conviveram e participaram de vários jogos, houve uma boa relação”, aponta o entrevistado.
O padre Simão Pedro disse ainda à Agência ECCLESIA que, atualmente, estes refugiados estão numa “casa anexa para maior autonomia”; os adultos estão a aprender português para depois “facilitar a procura de emprego”.
“O carisma dos Missionários da Consolata é atender e apoiar os que estão nas periferias e, neste momento, os refugiados da guerra da Ucrânia precisam de nós, Portugal tem sido grande exemplo de acolhimento”, conclui o religioso.
SN