Ucrânia: «Mísseis e drones chovem sobre pessoas e cidades», denuncia arcebispo de Lviv

Dois anos após início da invasão russa, D. Mieczyslaw Mokrzycki diz que «só um milagre pode salvar» o país, evocando Mensagem de Fátima

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 19 fev 2024 (Ecclesia) – D. Mieczyslaw Mokrzycki, arcebispo de Lviv, na Ucrânia, denunciou o aumento da violência contra a população local e diz que, dois após o início da invasão russa, “só um milagre pode salvar” o país.

“Infelizmente, as atividades militares continuam. Mísseis e drones chovem sobre pessoas e cidades. Soldados e pessoas inocentes são mortos. Muitas pessoas são feridas, privadas das suas casas, dos seus meios de subsistência, do trabalho. Tudo isto gera medo, ansiedade e incerteza”, refere o responsável católico, de rito latino, em entrevista ao portal de notícias do Vaticano.

“Muitas crianças, adultos e até sacerdotes caem no desespero, na depressão e em doenças mentais”, acrescenta.

O arcebispo de Lviv recorda o ato de consagração da Ucrânia e da Rússia a que o Papa presidiu no Vaticano, em ligação a Fátima, no dia 25 de março de 2022.

A consagração decorreu, simultaneamente, na Cova da Iria, onde o cardeal Konrad Krajewski, esmoler pontifício, presidiu à recitação do Rosário, na qualidade de enviado do Papa.

“Imediatamente após o ato de entrega da Rússia e da Ucrânia pelo Papa Francisco no Vaticano, bem como nas nossas paróquias e dioceses, vimos que no sábado seguinte o exército russo se retirou de Kiev”, referiu D. Mieczyslaw Mokrzycki.

Nossa Senhora de Fátima encorajou a oração, a penitência e a conversão. Também vemos isso em muitos dos fiéis da nossa Igreja e de outros ritos e denominações. As pessoas veem que a única salvação está em Deus, que só um milagre pode salvar a Ucrânia”.

Foto: Vatican Media

O responsável católico afirma que a Igreja “está empenhada em ajudar toda a gente”.

“Continuamos a acolher os deslocados internos, a organizar a ajuda humanitária e a enviá-los para as zonas de guerra. Também fornecemos esta ajuda às famílias pobres das nossas paróquias”, relata.

O arcebispo de Lviv apresenta os católicos como “combatentes de Deus, não com a espingarda, mas com o rosário”.

“Dói-nos que, algumas décadas após o fim da II Guerra Mundial, tenhamos de defender novamente a nossa liberdade e refletir sobre como os seres humanos são incapazes ou não conseguem recordar os horrores que a guerra deixou”, lamenta.

OC

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Agência ECCLESIA

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