Conselho das Igrejas e Organizações Religiosas alertam para «desastres humanitários» em várias regiões do país
Kiev, 14 mar 2022 (Ecclesia) – O Conselho das Igrejas e Organizações Religiosas da Ucrânia apelou à criação de uma zona de exclusão aérea no país, para travar os ataques russos, pedindo resposta aos “desastres humanitários” em várias cidades ucranianas.
“Como não há nada mais valioso do que a vida humana, o Conselho Ucraniano de Igrejas e Organizações Religiosas apela de novo aos líderes mundiais, Estados membros da OSCE, UE e NATO para que tomem medidas urgentes para introduzir uma zona de exclusão aérea sobre o território da Ucrânia”, refere o apelo conjunto, divulgado este domingo.
Os responsáveis condenam os “invasores russos” e pedem ajuda para que o exército ucraniano possa “proteger os civis dos bombardeamentos regulares e ataques de mísseis”.
“Milhões de civis de diferentes nacionalidades e credos que viviam pacificamente na Ucrânia estão a enfrentar uma catástrofe humanitária causada pela invasão militar da Rússia, ataques aéreos e mísseis em áreas residenciais, armazéns de alimentos, hospitais, maternidades, escolas e outras infraestruturas críticas em cidades ucranianas”, assinala o documento.
Os líderes religiosos evocam a morte de crianças e a destruição de escolas e casas, com “centenas de milhares de civis cercados por tropas russas, na região de Kiev, Mariupol e Volnovakha, Donetsk, sem comida, água, assistência médica e outros meios de subsistência”.
O Conselho Ucraniano de Igrejas e Organizações Religiosas apela à liderança da Federação Russa, organizações internacionais, hierarquias eclesiásticas e figuras religiosas dos povos da Rússia para que se abram corredores humanitários, pedindo ainda “a troca imediata de prisioneiros de guerra entre a Rússia e a Ucrânia”.
“A evacuação da população civil por corredores humanitários pode ser realizada por voluntários civis e ministros de Igrejas e organizações religiosas, acompanhados por agentes policiais ucranianos ou sem a sua participação”, realça o apelo.
Mesmo em tempos de maiores convulsões, guerras e disputas, não devemos esquecer a humanidade e a misericórdia. Cada um de nós deve fazer todos os possíveis para preservar a vida humana e estabelecer a paz por meio de negociações”.
A Ucrânia tem pedido insistentemente a criação de uma zona de exclusão aérea no país, mas a NATO recusa a medida, alegando a obrigação de evitar uma guerra do ocidente com Moscovo.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil, provocando a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais mais de 2,5 milhões de refugiados, segundo a ONU.
OC
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