Ucrânia lembra os seus mártires

O Professor Oleh Turij, director do Instituto de História da Igreja da UCU, em Lviv (www.ichistory.org), expressou, em nome do Reitor, a sua gratidão pela solidariedade e apoio permanentemente demonstrados à Ucrânia através da Instituição e agradeceu a presença do seu fundador, o Padre Werenfried, no início da independência do seu país. No aniversário da morte do fundador da AIS, foi celebrada uma Missa cantada em sua memória na capela da Universidade. Como o período vivido actualmente é decisivo para o futuro da Ucrânia, o porta-voz da UCU declarou a partir de Kiev: “Junto da população, o ambiente já não é tão optimista como foi durante a «revolução laranja», mas a esperança é a última a morrer. Precisamos do testemunho dos mártires para estabelecer uma ligação entre o passado, aquilo que viveu a Igreja dos Mártires nessa altura, e o momento presente”. Neste contexto, foi editada pela Ajuda à Igreja que Sofre uma publicação ucraniana intitulada “Igreja dos mártires, os novos santos da Ucrânia”, traduzida em inglês (em 2004) e em português (em 2005.) Nessa publicação, o Instituto presta homenagem nomeadamente à Irmã Tarsykia Matskiv (1919-1944), uma servidora de Maria Imaculada e mártir consagrada a Nossa Senhora de Fátima. “Agora também precisamos de um mártir, talvez não de um mártir que sangra, mas seguramente de um compromisso diário múltiplo, sobretudo na pastoral”, refere Oleh Turij. “O Instituto de História da Igreja reúne essas experiências vividas pela Igreja e transmite-as a um público alargado, visto que a população corre o risco de esquecer tudo aquilo que aconteceu na altura. A nossa tarefa consiste em rever essa história. Não se trata de abrir feridas, queremos apenas que a população tome consciência desses acontecimentos e fornecer as informações necessárias, de modo a que tais coisas nunca mais sejam toleradas”, explica ainda. Recentemente, o Professor Oleh Turij comentou um documentário divulgado pela televisão ucraniana sobre o papel desempenhado pela Igreja Greco-católica e o seu metropolita Andrej Szeptyckyj, um apóstolo do ecumenismo, durante a II Guerra Mundial. O Instituto já organizou em Kiev um simpósio sobre a perseguição de várias Igrejas, incluindo a da Igreja Greco-católica, levada a cabo pela Rússia czarista e o regime soviético, indo publicar brevemente uma edição especial sobre esse assunto. “Estamos a preparar, para o próximo Outono, um simpósio internacional sobre a liquidação forçada destas Igrejas na Ucrânia, na Roménia, na Eslováquia e na Polónia e a sua perseguição noutros países da Europa central e de leste. Na minha opinião, uma troca de testemunhos públicos é fundamental para a unidade dos cristãos”, adianta Oleh Turij. Muito mais do que uma data, acabou de ser celebrado pela Igreja Greco-católica ucraniana o centenário do Metropolita Wolodymyr Sterniuk (12 de Fevereiro de 1907-18 de Setembro de 1997). Em nome do Patriarca Josyf, operava na clandestinidade até à saída das catacumbas. Levou a cabo as actividades clandestinas do Grande Seminário da Ucrânia, na ausência do Patriarca Josyf Slipyj e do seu sucessor, Myroslav Lubachivskyj. Foi assim que preparou a vinda a Lviv do Cardeal Lubachivsky, acompanhado pelo Padre Werenfried, em 1991. No dia 7 de Fevereiro de 2007, na Catedral de São Jorge de Lviv, o Patriarca Lubomyr agradeceu a Deus por ter dedicado a sua vida à Igreja. Um simpósio intitulado “O Metropolita Wolodymyr Sterniuk e a legalização da Igreja Greco-católica ucraniana” foi organizado pela UCU e o seu Instituto de História da Igreja em 8 de Fevereiro de 2007, no Seminário do Espírito Santo, revelando testemunhos vivos e um arquivo inédito. Segundo o Professor Turij, o Instituto irá publicar brevemente uma parte das memórias do Patriarca Josyf Slipyj, antes da sua beatificação. O Patriarca escreveu-as em Roma, logo após ter sido libertado do Gulague. Departamento de Informação da Ajuda à Igreja que Sofre – info@fundacao-ais.pt

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