Presença em cenário de guerra é vista como umas «mais árduas missões»
Cidade do Vaticano, 23 mar 2022 (Ecclesia) – O jornal do Vaticano, ‘L’Osservatore Romano’, destaca na sua mais recente edição a presença da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima na cidade ucraniana de Lviv, onde chegou a 17 de março, em pleno contexto de guerra.
“Desde 1947 percorreu o mundo inteiro levando consigo uma extraordinária mensagem de paz e amor. Pessoas de diferentes contextos sociais e também de diferentes confissões religiosas acorrem à sua passagem, reúnem-se em oração; graças a ela, penitentes aproximam-se do sacramento da Reconciliação e não faltam notícias de significativos frutos pastorais e abundantes graças recebidas”, refere o artigo divulgado na edição diária, em italiano.
O jornal destaca que esta é uma das “mais árduas missões” desta peregrinação, que acontece por estes dias a pedido do arcebispo de Lviv, D. Ihor Voznyak, da comunidade greco-católica, “para que a guerra termine e volte a tão almejada paz”.
A imagem partiu da Cova da Iria, a 14 de março, como “mensageira de paz”, segundo o Santuário de Fátima, e vai ficar em Lviv até 15 de abril.
A arquidiocese ucraniana refere, em nota divulgada online, que os católicos vão “pedir a Deus e à Virgem Maria a paz na Ucrânia e no mundo”.
O Santuário de Fátima sublinhou, em nota, que a deslocação desta imagem ao território ucraniano, que acontece pela primeira vez, é justificada com o “esforço pastoral de oração pela paz no mundo, em especial na Ucrânia”.
A Imagem nº 13 é uma réplica da Imagem número 1, desenhada e concebida de acordo com instruções da Serva de Deus, Irmã Lúcia de Jesus e coroada solenemente pelo arcebispo de Évora, em 13 de maio de 1947.
O ‘Osservatore Romano’, que cita o padre Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário de Fátima, para falar do “terror da guerra”, coloca esta visita em ligação com a consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, esta sexta-feira, pelo Papa Francisco.
A oração – que vai ser proferida, em Fátima, pelo cardeal Konrad Krajewski como enviado pontifício – evoca a mensagem das Aparições, em 1917, na Cova da Iria.
“Na miséria do pecado, das nossas fadigas e fragilidades, no mistério de iniquidade do mal e da guerra, Vós, Mãe Santa, lembrai-nos que Deus não nos abandona, mas continua a olhar-nos com amor, desejoso de nos perdoar e levantar novamente. Foi Ele que Vos deu a nós e colocou no vosso Imaculado Coração um refúgio para a Igreja e para a humanidade”, refere o texto, divulgado hoje.
O Vaticano destaca que esta passagem da oração se liga à aparição de 13 de julho: “Jesus (…) quer estabelecer no mundo a devoção a Meu Imaculado Coração”.
“Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”, registava a Irmã Lúcia, falecida em 2005, nas suas ‘Memórias’.
OC