Representante diplomático do Papa diz que Kiev é cidade «paralisada»
Lisboa, 26 fev 2022 (Ecclesia) – As várias Igrejas na Ucrânia estão a oferecer abrigo à população nos seus templos, face ao ataque da Rússia, que se iniciou na madrugada de quinta-feira.
A Eparquia (correspondente às dioceses em Portugal) de Volyn, da Igreja Ortodoxa Ucraniana, abriu o andar subterrâneo da Catedral da Santíssima Trindade, para funcionar como abrigo antibombas, à imagem do que aconteceu com a diocese grego-católica de Kiev.
Desde o início dos combates, há dois dias, milhares de civis procuram escapar, procurando abrigo em caves, bunkers ou estações de metro, com muitos a fugir em direção às fronteiras com os países ocidentais.
O representante diplomático da Santa Sé, D. Visvaldas Kulbokas, disse ao portal ‘Vatican News’, que a cidade de Kiev, com cerca de três milhões de pessoas, está “completamente paralisada pela ação de guerra”.
“Além dos mísseis que passam e das pessoas que se escondem o melhor que podem nos bunkers e estações de metro, a pergunta que me vem à cabeça é: o que se passa com os doentes?”, relatou o núncio apostólico.
O arcebispo assinala que é cada vez mais difícil conseguir água e comida, com incerteza relativamente ao que se vai passar nos próximos dias.
“Podemos ouvir os mísseis a passar, ouvir as explosões – mesmo ontem à noite – as batalhas nas proximidades”, acrescenta.
Questionado sobre a jornada mundial de jejum convocada pelo Papa, D. Visvaldas Kulbokas refere que, para os ucranianos, o dia 2 de março “ainda é muito distante”.
“Rezamos sempre pela paz, porque é também um momento que nos inspira, porque provoca esta oração intensa, de entrega ao Senhor, de entrega à Virgem Maria, a Mãe de todos: a Mãe de todos, não apenas dos cristãos”, declarou.
OC