«Obrigado, por não nos terem deixado sozinhos no nosso sofrimento», salienta o bispo Bohdan Dzyurakh
Berlim, 04 jul 2016 (Ecclesia) – O secretário do Sínodo da Igreja Greco-Católica da Ucrânia agradeceu às comunidades católicas da Europa a forma generosa e solidária com que participaram na coleta especial promovida pelo Papa Francisco a favor das vítimas da guerra naquele país.
Numa declaração vídeo remetida para a Agência ECCLESIA, o bispo Bohdan Dzyurakh recorda as muitas pessoas que “diariamente estão a sofrer”, devido a este conflito “injusto e feroz”, que já provocou “milhares de mortos e feridos graves” e deixou cerca de “dois milhões de deslocados internos”.
“Mas nesta situação, não nos sentimos abandonados”, apontou aquele responsável, agradecendo a todos quantos participaram na coleta com “uma generosidade que comoveu” e ao mesmo tempo “interpelou” a Igreja da Ucrânia.
“Em nome de todos, obrigado, por não nos terem deixado sozinhos no nosso sofrimento, por não terem sido espetadores indiferentes mas nossos irmãos e irmãs”, realça o bispo ucraniano.
D. Bohdan Dzyurakh termina convidando todos os católicos a unirem-se em oração a fim de que “o amor e o perdão se sobreponham ao ódio e à violência” e que esta guerra cesse finalmente.
“Que Deus conceda à paz à Ucrânia e ao nosso continente europeu”, conclui.
A coleta especial a favor da Ucrânia, lançada pelo Papa Francisco no domingo da Divina Misericórdia (03 de abril), decorreu no dia 24 de abril em todas as igrejas católicas da Europa.
“Desejo vivamente que este gesto possa ajudar a promover sem mais demoras a paz e o respeito pelo Direito nesta terra tão provada”, disse na ocasião o Papa argentino.
O conflito na Ucrânia arrasta-se desde novembro de 2014, em particular no leste do país, colocando em confronto grupos separatistas pró-russos e as forças de Kiev pelo controlo de território.
Desde a queda de Viktor Ianukovitch, que tinha decidido renunciar a um acordo comercial com a União Europeia, a população da península da Crimeia optou pela secessão com a Ucrânia e outras regiões têm manifestado a mesma pretensão.
“Este gesto de caridade, para além de aliviar os sofrimentos materiais, quer exprimir a minha proximidade e solidariedade pessoal e a de toda a Igreja em relação à Ucrânia”, apontou ainda Francisco.
JCP