Ucrânia: Episcopados da União Europeia desafiam patriarca ortodoxo de Moscovo a pedir fim da guerra (atualizada)

Cirilo escreveu ao Conselho Mundial da Igrejas, justificando posição russa

Papa Francisco e o patriarca Cirilo.
Foto: Lusa/EPA

Bruxelas, 10 mar 2022 (Ecclesia) – O presidente da Comissão dos Episcopados Católicos de União Europeia (COMECE) apelou ao patriarca ortodoxo de Moscovo, Cirilo, para que intervenha junto das autoridades russas, pedindo o fim da guerra na Ucrânia.

O cardeal Jean-Claude Hollerich enviou e divulgou publicamente uma carta, “no espírito de fraternidade”, para convidar Cirilo a fazer “um apelo urgente às autoridades russas para cessar imediatamente as hostilidades contra o povo ucraniano e mostrar boa vontade para procurar uma solução diplomática para o conflito, baseada no diálogo, no bom senso e no respeito pelo direito internacional, permitindo corredores humanitários seguros e acesso ilimitado à assistência humanitária”.

A mensagem fala das consequências da “loucura da guerra na Ucrânia”, dos mortos aos desalojados e refugiados.

O presidente da Comece diz ainda que persiste a possibilidade de “um conflito europeu ou mesmo mundial mais amplo, com consequências catastróficas”.

D. Jean-Claude Hollerich, arcebispo do Luxemburgo, considera que uma intervenção de Cirilo “poderia trazer um sinal de esperança para uma solução pacífica deste conflito”.

“Façamos o nosso melhor para ajudar a pôr fim a esta guerra sem sentido”, conclui.

Cirilo dirigiu uma carta ao Conselho Mundial da Igrejas, depois do secretário-geral da organização, Ioan Sauca, ter pedido ao patriarca de Moscovo que mediasse negociações para um cessar-fogo na guerra da Ucrânia.

“As origens do confronto estão nas relações entre o Ocidente e a Rússia. Na década de 1990, haviam prometido à Rússia que a sua segurança e dignidade seriam respeitadas. No entanto, com o passar do tempo, as forças que consideravam abertamente a Rússia como um inimigo chegaram até às suas fronteiras”, escreve.

O líder ortodoxo sustenta que este conflito “não começou hoje”.

“É a minha firme convicção que os seus iniciadores não são os povos da Rússia e da Ucrânia, que vieram da mesma fonte batismal de Kiev, estão unidos por uma fé comum, santos e orações comuns e partilham um destino histórico comum”, acrescenta, num texto com data de 10 de março e divulgado online.

OC

Notícia atualizada às 10h00 de 11.03.2022

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