China e Vaticano alertaram para «consequências dramáticas» da guerra
Cidade do Vaticano, 15 set 2023 (Ecclesia) – O enviado especial do Papa para a missão de paz na Ucrânia encontrou-se esta quinta-feira com um responsável da diplomacia de Pequim, na China, debatendo as “consequências dramáticas” da guerra.
“O cardeal Matteo Maria Zuppi, enviado do Papa Francisco, foi recebido no Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China por Li Hui, representante especial para os assuntos euroasiáticos”, informa a Santa Sé, em comunicado.
O encontro, definido como “aberto e cordial”, foi dedicado à guerra na Ucrânia e “às suas dramáticas consequências, sublinhando a necessidade de unir esforços para favorecer o diálogo e encontrar percursos que levem à paz”.
“Por outro lado, foi abordado o problema da segurança alimentar, com votos de que se possa garantir, em breve, a exportação dos cereais, sobretudo em favor dos países que estão em maior risco”, acrescenta o comunicado oficial.
O cardeal Zuppi foi recebido, em julho, pelo presidente dos EUA, na Casa Branca, em Washington, tendo Joe Biden manifestado “o seu apreço pelo ministério de Francisco”.
Nos dias 28 e 30 de junho, o enviado do Papa tinha feito uma visita a Moscovo, procurando “identificar iniciativas humanitárias” para abrir “caminhos de paz”; a 6 de junho, o cardeal Zuppi reunira-se em Kiev com o presidente da Ucrânia.
Esta quarta-feira, em Roma, concluiu-se o Sínodo da Igreja Greco-Católica Ucraniana, durante o qual os participantes se encontraram com o Papa e vários responsáveis da Santa Sé.
O arcebispo-mor de Kiev, D. Sviatoslav Shevchuk disse aos jornalistas que este foi um “Sínodo da esperança”, considerando que as várias iniciativas desenvolvidas pelo Papa são “um sinal claro de que o Papa não se resigna à guerra, que a Santa Sé e o Santo Padre, não são indiferentes ao que acontece”.
O responsável católico mostrou particular preocupação com “muitos civis ucranianos, sequestrados, torturados e desaparecidos devido à agressão russa”.
“Existe um mecanismo de troca de prisioneiros de guerra, mas não um mecanismo de libertação de civis”, advertiu.
OC