Putin autorizou invasão e avanço militar já provocou vítimas
Lisboa, 24 fev 2022 (Ecclesia) – O líder das Igrejas e organizações religiosas da Ucrânia apelou a Vladimir Putin que pare o “fogo crescente da guerra” e indicou o “diálogo pacificador” como o caminho para “corrigir as dificuldades e contradições mútuas”.
“Testemunhamos com autoridade e unanimidade que o povo ucraniano não procura a guerra, e consideramos um dever comum dos crentes pará-la antes que seja tarde demais”, pediu Hryhorii Komendant, presidente do Conselho Ucraniano de Igrejas e Organizações Religiosas e presidente da Sociedade Bíblica Ucraniana, numa carta enviada ao presidente russo a que a Agência ECCLESIA teve acesso.
A Rússia declarou guerra à Ucrânia nesta quinta-feira de madrugada, tendo invadido e bombardeado o país vizinho pelas 3h00, hora de Lisboa, alegando a proteção das zonas separatistas.
Esta segunda-feira, Vladimir Putin havia reconhecido os regimes separatistas de Lugansk e Donetsk no leste da Ucrânia, avançando com a colocação de tropas russas nestes territórios, justificando a decisão com a necessidade de “manutenção da paz”.
As primeiras horas da invasão registam pelo menos oito mortos e 11 feridos, segundo informações do Ministério do Interior ucraniano.
O Conselho Ucraniano de Igrejas e Organizações Religiosas, em representação de 16 associações religiosas de várias denominações e religiões, “que unem mais de 95% das comunidades religiosas” apelou ao Presidente russo que pare o “fogo crescente da guerra”, um decisão que “está em seu poder”.
“A guerra agressiva é um grande crime contra o Deus Todo-Poderoso. Em nome da preservação das vidas das tropas ucranianas e russas, ucranianos civis, os verdadeiros crentes devem fazer tudo para impedir o derramamento de sangue”, pode ler-se.
O Conselho Ucraniano de Igrejas e Organizações Religiosas afirma a sua disponibilidade para contribuir para o diálogo e para “fazer todos os esforços necessários para encontrar maneiras que possam levar ao alívio das tensões” entre os Estados, para que a paz regresse, e evite o “desenvolvimento de novos conflitos em grande escala”, desejando também “preservar a compreensão mútua e a cooperação entre as pessoas do mundo”.
“Hoje rezamos ao Criador do Universo com um pedido especial de sabedoria para aqueles que estão autorizados a tomar decisões tão significativas para o mundo inteiro, em cujas mãos o destino da humanidade acabou por estar. Isso se aplica principalmente a você, Sr. Presidente da Federação Russa. Esta nossa oração está cheia de esperança pela generosidade do Deus Todo-Poderoso e pela abertura do coração que aceita a graça”, finaliza a carta.
LS