D. Gintaras Grušas alerta para conflito que se vai alastrar «aos Estados vizinhos», tornando-se uma «ameaça para toda a Europa»
Lisboa, 24 fev 2022 (Ecclesia) – O Presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) condenou hoje o ataque da Rússia à Ucrânia, apelou à paz e afirmou determinação de as Igrejas agirem conjuntamente e com determinação para acabar com a agressão.
“As Igrejas europeias condenam fortemente o que aconteceu esta noite no leste da Ucrânia e devem agir conjuntamente e com determinação para acabar com a agressão russa e fazer, tudo o que for possível, para proteger mulheres, homens e crianças inocentes: em nome de Deus, parem agora”, pode ler-se no comunicado de D. Gintaras Grušas, Arcebispo de Vilnius, Lituânia, enviado à Agência ECCLESIA.
A partir de Florença, onde decorre o encontro «Fronteira da Paz», o Presidente da CCEE fez um “apelo sincero à paz na Ucrânia”, pediu lugar ao “diálogo e negociações”, na defesa do direito internacional e da soberania.
“A comunidade internacional, e a União Europeia em particular, não devem deixar pedra sobre pedra para acabar com esse conflito; que as armas deem lugar ao diálogo e negociações, e que o direito internacional e a independência e soberania da Ucrânia sejam defendidas”, escreveu.
A Rússia declarou guerra à Ucrânia nesta quinta-feira de madrugada, tendo invadido e bombardeado o país vizinho pelas 3h00, hora de Lisboa, alegando a proteção das zonas separatistas.
Esta segunda-feira, Vladimir Putin havia reconhecido os regimes separatistas de Lugansk e Donetsk no leste da Ucrânia, avançando com a colocação de tropas russas nestes territórios, justificando a decisão com a necessidade de “manutenção da paz”.
As primeiras horas da invasão registam pelo menos oito mortos e 11 feridos, segundo informações do Ministério do Interior ucraniano.
O responsável da CCEE alerta para uma guerra que “inevitavelmente se espalhou pela Ucrânia” e se irá alastrar “aos Estados vizinhos”, tornando-se uma “ameaça para toda a Europa”.
“Os bispos europeus e as comunidades cristãs rezam pelas vítimas deste conflito e pelas suas famílias. Unindo-se àqueles que sofrem com estes atos de violência e juntam-se ao apelo do Papa Francisco à oração e ao jejum pela paz: «Que a Rainha da Paz preservar o mundo da loucura da guerra»”, finaliza.
LS
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