Cáritas Ucrânia e Cáritas-Spes Ucrânia continuam a ajudar a população e a «preparar planos de resposta a longo prazo»
Cidade do Vaticano, 28 jun 2023 (Ecclesia) – A Cáritas Internacional alertou hoje para as consequências da destruição da barragem ucraniana de Kakhova, que “acrescentou uma crise humanitária de longa escala” à crise que o país vive com a guerra, desde a invasão russa, em fevereiro de 2022.
“A Cáritas Ucrânia e a Cáritas-Spes Ucrânia continuam a ajudar a população e a preparar planos de resposta a longo prazo. As prioridades no futuro próximo continuarão a ser o fornecimento de água limpa, produtos de higiene e a restauração do acesso à água, uma vez que a maioria das estações de filtragem e poços de água não estão a funcionar”, lê-se num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA.
A Cáritas Internacional explica que, a médio e longo prazo, vão ser realizados os trabalhos necessários para “a reabilitação das casas danificadas, o apoio à compra de móveis e eletrodomésticos, e a restauração dos meios de subsistência”.
“As instituições de caridade podem prestar assistência mais rapidamente do que as agências governamentais. Vemos isso com um objetivo, por isso, esperamos continuar a trabalhar, oferecendo ajuda de acordo com as necessidades das pessoas. Faremos tudo o que pudermos para ajudar as pessoas a voltarem para as suas casas”, disse o padre Vyacheslav Grynevych, diretor executivo da Cáritas-Spes Ucrânia, ligada à Igreja Católica.
Segundo a instituição da Igreja Católica, a explosão da barragem de Kakhova, a 6 de junho, acrescentou “uma crise humanitária de longa escala à crise humanitária preexistente no país”, atormentado por “quase 500 dias de guerra”.
Este desastre da barragem de Kakhova “afetou diretamente” cerca de 17 mil pessoas, mas são “potencialmente afetadas” 700 mil pessoas nesta região, já que aproximadamente 600 quilómetros quadrados do território ficaram inundados.
As duas organizações da Cáritas na Ucrânia – a Cáritas Ucrânia e a Cáritas-Spes Ucrânia – estão ativas desde os primeiros minutos a fornecer ajuda humanitária e “assistência psicológica à população local”, os primeiros passos foram a assistência à evacuação e o fornecimento de água potável, alimentos, produtos de higiene e roupas.
“Esta é uma crise contínua que continuará afetando toda a região nos próximos meses, principalmente no que diz respeito ao acesso à água, mas não exclusivamente”, observa presidente da Caritas Ucrânia, Tetiana Stawnychy.
A Cáritas Internacional contabiliza que, nas primeiras duas semanas, após a explosão, a Cáritas Ucrânia distribuiu 100 mil litros de água para residentes de cerca de 30 assentamentos nos oblasts ( subdivisão administrativa e territorial) de Kherson, Dnipropetrovsk e Mykolai, afetados pela destruição da barragem de Kakhovka, enquanto as outras ajudas incluem 2 388 kits de higiene, 653 cestas básicas, 640 powerbanks, nove geradores, roupa, bombas para a água.
A Cáritas-Spes Ucrânia entregou em ajuda humanitária “mais de 36,5 toneladas de alimentos, 56 toneladas de água, mais de 3,2 toneladas de produtos de higiene, 5,1 toneladas de roupas”, roupas de cama, cobertores e outras ajudas, sendo que as paróquias católicas organizaram uma recolha solidária para os moradores da região de Kherson, e, de 12 a 18 de junho, juntaram “mais de 21 toneladas de ajuda humanitária”.
A Cáritas Internacional adianta que outro desafio “são as minas terrestres” que foram arrastadas pelas águas, que representam um “perigo adicional para as populações locais”, e informa que quem quiser apoiar o trabalho das duas organizações – Cáritas Ucrânia e Cáritas-Spes Ucrânia – pode fazer doações online.
CB/OC
