Junho foi o mês mais mortal para os civis na Ucrânia desde fevereiro de 2022

Roma, 12 jul 2025 (Ecclesia) – A confederação internacional da Cáritas promoveu, em Roma, uma conferência dedicada à recuperação da Ucrânia, assumindo a preocupação com o pós-conflito, “mesmo com a escalada da guerra”.
“Enquanto a Ucrânia enfrenta um dos meses mais mortíferos desde o início da invasão em grande escala, com ataques recordes de mísseis e drones que mataram centenas de civis, os líderes da sociedade civil ucraniana na Conferência de Recuperação da Ucrânia, em Roma, transmitiram uma mensagem clara: a recuperação do país deve colocar as pessoas em primeiro lugar”, refere uma nota enviada à Agência ECCLESIA.
De acordo com a ONU, junho de 2025 foi o mês mais mortal para os civis na Ucrânia desde fevereiro de 2022, com 232 pessoas mortas e 1343 feridas.
Representando a Caritas Ucrânia e a Caritas-Spes Ucrânia, Tetiana Stawnychy e o padre Vyacheslav Grynevych exortaram os parceiros internacionais a “reconhecer o papel essencial da sociedade civil em ajudar as comunidades a sobreviver, recuperar e reconstruir”.
Participando na conferência de alto nível ao lado de uma coligação de mais de 100 ONG ucranianas e internacionais, os dois responsáveis apelaram a um apoio sustentado aos serviços sociais, à proteção e à dignidade humana, juntamente com investimentos em infraestruturas e na economia, indica a organização católica.
“Na Ucrânia, as necessidades humanitárias, a estabilização e o desenvolvimento devem acontecer ao mesmo tempo”, disse Tetiana Stawnychy
“A sociedade civil tem estado na linha da frente, ajudando as pessoas a superar traumas e crises para recuperar a sua dignidade e força. Apesar da perturbação, a recuperação já está a acontecer em alguns lugares”, acrescentou o padre Vyacheslav Grynevych.
De acordo com a Aliança das Organizações da Sociedade Civil Ucraniana e a Plataforma Humanitária de ONG na Ucrânia, desde o início da invasão em grande escala, as ONG entregaram mais de 5,4 mil milhões de euros em ajuda e prestaram 93 milhões de serviços diferentes, incluindo alimentos, abrigo e apoio psicossocial a famílias deslocadas e crianças traumatizadas.
Na Ucrânia, a Unicef estimou recentemente que aproximadamente 1,5 milhões de crianças correm o risco de desenvolver problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e estresse pós-traumático; mais de 40% já apresentam sofrimento psicossocial, exibindo sintomas como ansiedade, medo e irritabilidade.
OC
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