Ucrânia: Arcebispo de Kiev denuncia que militares russos estão a torturar dois padres detidos em Donetsk

Fundação AIS informa que um terceiro sacerdote foi libertado em Melitopol, na região de Zaporijia

Foto: Lusa/EPA

Lisboa, 13 dez 2022 (Ecclesia) – O arcebispo greco-católico de Kiev (Ucrânia) alerta que os padres Ivan Levitskyi e Bohdan Geleta, sacerdotes Redentoristas, estarão a ser “torturados sem piedade”, pelas autoridades russas na cidade ucraniana de Berdyansk, após a sua detenção a 16 de novembro.

“De acordo com os métodos clássicos de repressão estalinista. Deles são extraídas confissões de crimes que não cometeram. Os nossos dois heroicos pastores são diariamente ameaçados de morte sob tortura”, disse o arcebispo greco-católico de Kiev, D. Sviatoslav Schevchuk, informou o portal ‘Vatican News’, divulga a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

Na informação enviada à Agência ECCLESIA, o secretariado português da AIS destaca que esta denúncia teve uma reação do seu presidente executivo internacional que exige a libertação imediata dos padres Ivan Levitskyi e Bohdan Geleta.

“Responsabilizar padres por sabotagem e espionagem lembra as horas mais sombrias e os piores momentos dos regimes totalitários. Exigimos que as autoridades envolvidas libertem esses religiosos e tomem as providências necessárias”, refere Thomas Heine-Geldern.

“Pedimos também a todos os nossos benfeitores que rezem pelos padres Levitskyi e Geleta”, acrescentou.

Numa nota de imprensa, o presidente executivo internacional da Fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre assinala que os dois sacerdotes nunca abandonaram os seus fiéis, “apesar de todos os riscos que correram ao permanecerem, para confortar o seu povo e rezar pela paz”.

A fundação AIS destaca também a reação do Exarcado Católico Grego de Donetsk, na Ucrânia, sobre a prisão dos dois sacerdotes alertando que querer forçá-los a confessar que tinham armas quando foram detidos, para “legitimar uma decisão judicial que dela resultaria” e a sua condenação.

Segundo este comunicado o padre Bohdan Geleta “tem uma doença crónica e precisa tomar medicamentos específicos regularmente”.

Os dois sacerdotes Redentoristas são acusados de terem armas e munições, e documentos e propaganda em língua ucraniana, um mapa de um plano de batalha, que, divulga a AIS, é um mapa de 2015 que mostra o percurso de uma Via Sacra.

O Padre Ivan Levitskyi, por exemplo, rezava todos os dias ao meio-dia com os crentes na Praça da Câmara Municipal de Berdyansk, e no dia da sua detenção, a 16 de novembro, as autoridades pró-russas prenderam também duas mulheres, que depois foram libertadas.

No início deste mês de dezembro, um terceiro sacerdote, o padre Oleksandr Bogomaz, também foi “levado à força por soldados russos”, após a celebração da Missa em Melitopol, na região de Zaporijia, mas já foi libertado; o arcebispo Sviatoslav Shevchuck acusou as forças russas de estarem a “perseguir os padres greco-católicos nos territórios ocupados”, informa a fundação Ajuda à Igreja que Sofre.

Esta segunda-feira, o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, afirmou a disponibilidade da Santa Sé para sediar negociações de paz entre Rússia e Ucrânia; e, no dia anterior, o Papa Francisco abençoou no Vaticano centenas de imagens do Menino Jesus, levadas pelas crianças de Roma, a quem recomendou que rezem pela paz, evocando em particular a guerra na Ucrânia.

CB/OC

 

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