Ucrânia: Arcebispo de Kiev fala em «genocídio»

D. Sviatoslav Shevchuk mostra-se chocado com imagens de valas comuns e pede abertura urgente de corredores humanitários

Foto: Lusa/EPA

Lisboa, 11 mar 2022 (Ecclesia) – O arcebispo-mor de Kiev, líder da Igreja Greco-Católica Ucraniana, assinalou o início da terceira semana de guerra no país com a denúncia de um “genocídio do povo ucraniano”.

“Desde os tempos do nazismo, desde os tempos da repressão de Estaline, a Ucrânia não via valas comuns ou sepulturas de pessoas enterradas sem o devido respeito, sem sequer uma oração cristã. Hoje temos de dizer ao mundo inteiro: parem com o assassinato em massa de pessoas”, referiu D. Sviatoslav Shevchuk, numa mensagem em vídeo, divulgada online.

A Rússia invadiu a Ucrânia, na madrugada de 24 de fevereiro, dando início a um conflito que provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, e elevados danos materiais.

O arcebispo de Kiev apresenta o seu “protesto categórico” perante o curso da guerra na Ucrânia, alertando em particular para o “massacre” na cidade de Mariupol, cercada pelas forças de Moscovo.

“Esta cidade, fundada pela comunidade grega como a cidade de Maria, tornou-se agora um cemitério para dezenas de milhares de pessoas”, adverte D. Sviatoslav Shevchuk.

Pedimos: abram os corredores humanitários! Deem às mulheres, crianças e idosos a oportunidade de deixar esta cidade fria e sitiada. Deem-nos a oportunidade de lhes entregar comida, medicamentos, deem-nos a oportunidade de salvar as pessoas”.

O líder da Igreja Greco-Católica Ucraniana pede à comunidade internacional que tome medidas para “fechar o céu ucraniano às armas russas”.

As cidades de Dnipro, Rivne, Volyn e Lutsk foram bombardeadas pela primeira vez na madrugada desta sexta-feira.

“Hoje, diante dos nossos olhos, na Ucrânia, um terrível desastre humanitário está em andamento. Mas juntos podemos parar este desastre, podemos parar esta guerra”, afirma o arcebispo-mor de Kiev.

A ONU adiantou hoje que cerca de 4,5 milhões de pessoas fugiram das suas casas na Ucrânia, das quais 2,5 milhões procuraram refúgio fora do país.

OC

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