D. Rui Valério presidiu ao «Terço sem Fronteiras pela Paz na Ucrânia» promovido pelo Presépio na Cidade e pela Fundação AIS
Lisboa, 11 mar 2022 (Ecclesia) – O bispo da Diocese das Forças Armadas e Forças de Segurança presidiu hoje a uma oração pela paz na Ucrânia e afirmou que a guerra mostra “o pior” do ser humano e disse que rezar “é o caminho”.
“A Oração é o caminho para a paz e a oração é a ação que mais contribui para que a humanidade e a sociedade seja o prolongamento dos sentimentos do coração de Deus”, afirmou D. Rui Valério em declarações à Agência ECCLESIA.
A oração pela paz na Ucrânia decorreu no Mosteiro dos Jerónimos e foi promovida pelo Presépio na Cidade e a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre.
Mais de mil pessoas rezaram o “Terço sem Fronteiras pela Paz na Ucrânia”, na noite desta sexta-feira, numa “hora dramática” para a humanidade.
“Nesta hora dramática que a humanidade está a atravessar, com a invasão e guerra na Ucrânia, compreendemos desde a primeira hora que não era suficiente o homem contar só consigo próprio. É indispensável cada homem e cada mulher contar fundamentalmente com a ajuda, a força e o poder de Deus”, sublinhou D. Rui Valério.
Para o bispo da Diocese das Forças Armadas e Forças de Segurança, quando uma comunidade se reúne para “suplicar o dom da paz”, não atua apenas com base nas próprias forças, mas com as “forças de Deus”.
“Só Deus é o Senhor da Paz. Só Deus vai oferecer ao povo da Ucrânia e à humanidade inteira esse dom que, na Bíblia, é a bênção das bênçãos, a paz”, afirmou.
D. Rui Valério disse que a guerra está a mostrar “o pior” que o ser humano é capaz de fazer, atingindo “barbaramente” creches, hospitais, lugares da vulnerabilidade do ser humano”, e também o “milagre da humanidade inteira”, que “deu as mãos em prol de um projeto de vida, de um projeto de liberdade, de um projeto de salvação”.
O bispo da Diocese das Forças Armadas e Forças de Segurança congratulou-se com a iniciativa do Presépio na Cidade e da Ajuda à Igreja que Sofre e disse que a Fundação AIS está presente “nos momentos de maior fraqueza de um país, de uma comunidade, nos momentos de maior fragilidade”, como acontece agora com a Ucrânia.
Catarina Martins Bettencourt, presidente da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre lembrou no início da oração do Terço sem Fronteiras que a organização colabora com a Igreja na Ucrânia “há mais de 4 décadas”, primeiro apoiando a “Igreja na clandestinidade para que a fé pudesse sobreviver”, e depois “ajudando no renascimento da Igreja ucraniana com o apoio à formação de seminaristas, à construção de mosteiros, igrejas e na subsistência dos sacerdotes”.
“Neste momento, não poderíamos deixar de continuar ao lado da Igreja na Ucrânia, não só com a nossa solidariedade, mas acima de tudo com as nossas orações”, afirmou.
Em reprepresentação da Embaixada da Ucrânia em Portugal, Viktoriia Kuznietsova, agradeceu, em nome dos 40 milhões de ucranianos, o apoio de Portugal e disse que ninguém “merecia, em pleno século XXI, passar por este horror”.
“Não me lembro de nenhum país, nos 30 anos da nossa independência, sofrer tanto. Obrigada pela solidariedade. Obrigada por tudo o que foi feito a todos os níveis. Não tenho palavras. Fico muito agradecida, mesmo! Temos fé, temos esperança. Não sabemos porque precisamos de passar por este horror, mas vamos vencer! Obrigada”!, disse Viktoriia Kuznietsova, primeira secretária para os Assuntos Consulares na Embaixada da Ucrânia em Portugal.
A Rússia invadiu a Ucrânia na madrugada de 24 de fevereiro, dando início a um conflito que, de acordo com a ONU, já levou 2,5 milhões de pessoas a sair do país.
PR