UCP: Nova Faculdade assumiu missão de mudar ensino da Medicina em Portugal

António Medina de Almeida faz balanço positivo dos primeiros meses do curso, apontando aos desafios do futuro

Lisboa, 06 fev 2022 (Ecclesia) – O diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa (UCP) disse que a nova instituição tem assumido a missão de mudar a forma de preparar os futuros médicos, no país, apontando aos desafios do futuro.

“Gostava que o nosso contributo fosse para a Medicina nacional, o ensino da Medicina, para aumentar a colaboração entre faculdades, para estudar os métodos de ensino e vermos como é que podemos ensinar e formar melhores médicos a nível nacional. Essa é a maior aposta que temos”, assinala António Medina de Almeida, em entrevista conjunta à ECCLESIA e Renascença, publicada hoje.

O responsável faz um balanço positivo dos primeiros meses do novo curso, que se propõe formar médicos “abertos ao mundo” e “próximos” dos doentes.

António Medina de Almeida lamenta que o acesso à saúde continue muito “desigual” no país.

“O que temos de analisar, mais do que se há médicos suficientes aqui ou ali, é se os cuidados são suficientes para a população, e quando vemos notícias e a realidade das listas de espera para cirurgias, consultas e até mesmo para as urgências hospitalares, é muito claro que precisamos de mais recursos”, precisa.

O diretor da faculdade sustenta o futuro passará pelos cuidados “preventivos e continuados”.

“A Medicina de prevenção e de cuidados continuados vai-se tornar cada vez mais importante na nossa sociedade, com o aumento da esperança de vida e da cronicidade das doenças”, indica.

No Dia Nacional da UCP, o responsável destaca o “entusiasmo” com que todos aderiram ao curso que arrancou em setembro, para 50 alunos, com metodologias “diferentes do convencional”.

“Apresentamos problemas aos alunos, pedimos que eles próprios identifiquem quais vão ser os objetivos de aprendizagem daquele problema”, exemplifica.

António Medina de Almeida adianta que, no próximo ano letivo, a UCP espera receber entre 70 a 75, incluindo mais estrangeiros, até chegar ao máximo de 100 alunos por ano.

Foto: Joana Gonçalves/RR

O diretor da Faculdade de Medicina explica ainda que o acordo com o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, se mantém, apesar deste em janeiro ter deixado de ser uma PPP gerida pelo Grupo Luz.

“Esse acordo mantém-se e vamos começar a desenvolver conversas com a nova administração para o planeamento. O acordo é com o Hospital Beatriz Ângelo, independentemente da gestão superior do Grupo Luz Saúde ou não”, precisa.

O convidado da entrevista semanal conjunta Ecclesia/Renascença, publicada e emitida ao domingo, sublinha a “grande preocupação” da UCP em formar “médicos que acompanham os doentes”.

Já a reitora da UCP, Isabel Capeloa Gil, elogia o grupo de “estudantes muito motivados”, com resultados “extraordinários”, neste primeiro semestre.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, a responsável assume que a metodologia do curso trouxe novidades, obrigando a mudar a própria estrutura das salas de aulas, “de forma a permitir um acompanhamento muito mais próximo”, adequando a aprendizagem ao ritmo do estudante, e “dando-lhe espaço para, em pequeno grupo, poder desenvolver de forma mais aprofundada o conhecimento”.

PR/OC

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