A reforma e as dinâmicas criadas pelo concílio «não estão esgotadas», disse o diretor da Faculdade de Teologia.
Lisboa, 22 fev 2013 (Ecclesia) – O diretor da Faculdade de Teologia de Universidade Católica Portuguesa (UCP) considera que a “reforma e as dinâmicas” criadas pelo concílio “não estão esgotadas”.
A decorrer na UCP, em Lisboa, até hoje, as jornadas de teologia com o tema «Celebrar e viver a fé: Mistério, Ação, Vida», o padre João Lourenço, ao referir-se a esta iniciativa, frisou à Agência ECCLESIA que “uma das grandes preocupações do II Concílio do Vaticano foi a reforma litúrgica” e que as jornadas “têm prevalentemente uma tónica ligada ao sentido celebrativo”.
Existem grupos, comunidades e movimentos onde a dimensão celebrativa “é evidente”, mas “existem outras onde essa dimensão é mais estática”, no entanto – sublinha o diretor da Faculdade de Teologia – pode-se “conferir à liturgia dimensões mais vivenciais, experienciais e participativas e envolventes”.
Por sua vez, o professor de teologia, o dominicano José Nunes, realça que os participantes refletem sobre a fé no “contexto vivencial e celebrativo” e a “celebração pública da fé é a liturgia”.
“É importante celebrar a fé, fazer a festa e perceber o que foi a história da liturgia nestes dois mil anos de história da Igreja, tal como a pluralidade de linguagens a ter na celebração litúrgica”, frisou o José Nunes.
O II Concílio do Vaticano fez um “corte radical” no modo de celebrar a fé, afirmou o professor da UCP, e acrescenta: “Passámos da língua latina às línguas vernáculas, fez-se uma restauração das orações eucarísticas e dos missais”.
O concílio fez “essa revolução”, no sentido de “maior participação e compreensão” das pessoas, salientou.
Frei José Nunes considera que é fundamental ter “uma celebração da fé que dignifique o mistério”, mas que “não seja o banal e o «comercial»” e isso é visível em “certos cânticos” porque “são bastante pobrezinhos”.
Para José Eduardo Borges de Pinho, as jornadas debatem o “tema nuclear” da celebração da fé porque “tudo tem aí o seu centro e a sua fonte de irradiação”.
As jornadas de teologia tiveram o seu início esta quarta-feira e terminam hoje, em Lisboa, na Universidade Católica Portuguesa.
LFS