O reitor da Universidade Católica Portuguesa, Manuel Braga da Cruz, pediu uma rápida resolução do processo de assinatura da nova Concordata, onde haverá um artigo específico sobre a Universidade Católica Portuguesa a rever o decreto regulamentador do Ensino Superior. Falando sobre “A Universidade Católica Portuguesa e o Ensino Superior em Portugal – passado e futuro”, Manuel Braga da Cruz destacou a necessidade de a Instituição não ser discriminada no panorama do ensino em Portugal. As afirmações do reitor da UCP forma proferidas na presença de D. José Policarpo, que a UCP decidiu homenagear pelo “papel fundamental” que desempenhou ao serviço desta instituição com um colóquio comemorativo dos 25 anos de ordenação episcopal do Cardeal Patriarca de Lisboa, decorrido no passado dia 23 de Maio. Durante esta iniciativa de homenagem a D. José Policarpo, os diversos oradores (Adriano Moreira, Júlio Pedrosa e Marçal Grilo) realçaram o papel que a UCP desempenha na “diversificação do ensino em Portugal” e uma “necessidade de abertura maior da Universidade à sociedade civil”. Neste sentido, o reitor da UCP avançou com a notícia da criação “da Fundação “Universidade Católica Portuguesa”” que está a ser ultimada, de modo a “procurar formas de apoio na sociedade”. Na sua intervenção, Eduardo Marçal Grilo, antigo Ministro da Educação, lançou criticas muito duras “ao actual enquadramento legal do Ensino Superior” exigindo, a curto prazo, duas medidas fundamentais: “a equiparação das propinas pagas pelos estudantes e suas famílias no ensino público e no ensino privado” e “que os apoios do Estado passem por um programa social de empréstimos que proporcionem inteira liberdade de escolha ao aluno”, independentemente da sua capacidade financeira. Em discussão esteve ainda a necessidade de reforçar a presença portuguesa nos países de língua oficial portuguesa, à semelhança do que acontece com a vizinha Espanha. Manuel Braga da Cruz considera que esta cooperação “não tem sido fácil” e apresentou como exemplo a “política agressiva” de implantação das universidades espanholas em território brasileiro. No decorrer deste colóquio foi anunciado o lançamento, para o final do mês de Junho, das obras escolhidas do Patriarca: “O Evangelho e a História”; “Missão de evangelizar”; “O Anúncio da Esperança”; “A palavra celebrada – Homilias”; “O Bispo mestre da fé – Catequeses Quaresmais” e “A Igreja é uma paixão”. FACULDADE DE TEOLOGIA PRECISA DE CRESCER A segunda parte deste encontro foi dedicada à análise do papel da Faculdade de Teologia na Igreja e na sociedade. O painel de especialistas, moderado pelo vice-reitor da UCP, Carlos Azevedo, deixou a certeza de que tudo seria diferente sem a Faculdade de Teologia no panorama português, recomendando que se olhe agora com mais entusiasmo para o futuro. A importância desta faculdade, da qual o Patriarca de Lisboa foi director, passa, segundo os conferencistas, pelo seu papel na “afirmação do estatuto da Teologia”, pelo “conjunto significativo de publicações” e pela “influência determinante na formação de agentes pastorais” por todo o país. As dificuldades principais, apontadas por Eduardo Borges de Pinho, reportam-se ao “número insuficiente de alunos” e à “dependência excessiva das orientações da Santa Sé” de modo a perceber o que é urgente e prioritário para a vida da Igreja em Portugal. Frei Bento Domingues, na sua intervenção, chamou a atenção para a necessidade de se evitar o “monopólio” do ensino da Teologia, reforçando a colaboração entre a Faculdade da UCP e as escolas teológicas. “O monopólio da Teologia, como todos os monopólios, é detestável”, afirmou.
