Lisboa, 20 nov 2014 (Ecclesia) – A Área Científica de Filosofia da Faculdade de Ciências Humanas, da Universidade Católica Portuguesa, assinalou hoje o Dia Mundial da Filosofia, instituído pela UNESCO com a realização de uma jornada sobre Direitos Humanos para “promover o pensamento reflexivo”.
“O pensamento reflexivo que infelizmente mete medo a muita gente talvez seja o único modo de neste momento de grande acutilância, de sentimento de violência, em que depois da Guerra Fria e, se quiserem, de algum modo com tempo suficiente para se retirarem as ilações que só o tempo consegue dar a este tipo de grandes acontecimentos, o tempo que vivemos hoje em dia”, explicou o coordenador da área científica de Filosofia na Faculdade de Ciências Humanas da UCP.
Com uma jornada sobre Direitos Humanos, a Área Científica de Filosofia da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa assinala hoje o Dia Mundial da Filosofia, instituído pela UNESCO, uma iniciativa em Portugal assinalam desde há dois anos.
‘Direitos Humanos: Racionalidade, Cultura e Violência’ foi o tema escolhido que aponta para a paz e que atualmente “faz todo o sentido”, disse à Agência ECCLESIA.
O professor Américo Pereira assinala que existe um conjunto de questões que “dividem a humanidade e que vão ter de ser resolvidas” não através do acentuar das “diferenças”, que “são fundamentais” e instituem as pessoas como “seres redondos que são inconfundíveis com outros seres” mas pela descoberta daquilo que vai ter de ser “universalizado, a grande ideia do bem comum”.
Para o entrevistado, o “bem comum” que tem sido exposto de “variadíssimas formas” ao longo das grandes tradições de pensamento, “é o grande bem, o bem precioso da humanidade” quer seja de um ponto de vista teológico, quer das grandes religiões com ou sem teologia, quer do ponto de vista “mais laico, mais radicalmente laico possível”.
Para o coordenador da área científica de Filosofia na Faculdade de Ciências Humanas da UCP, mais do que assinalar o dia mundial da Filosofia pretende-se celebrar, “de algum modo”, “esta tentativa de pôr a racionalidade humana no caminho para um encontro da paz”, sobretudo a que todos gostariam que existisse no futuro.
O tema do encontro – ‘Direitos Humanos: Racionalidade, Cultura e Violência’ – foi debatido em duas sessões, esta quinta-feira, uma especificamente para estudantes do ensino secundário – ‘Pens@r Online’-, e outra para público académico e a sociedade civil.
Na segunda sessão da jornada que assinala o Dia Mundial da Filosofia vai decorrer em torno de dois painéis: ‘Os Direitos Humanos e o Ocidente’ e ‘Direitos Humanos: diálogo ou confronto? O caso do Médio Oriente’.
O enfoque no conflito do Médio Oriente prende-se com o facto de ser desde há muitos anos uma “presença ardente em termos da geopolítica”, mais concretamente “desde a irresolução dos grandes problemas coloniais, desde os tempos da Primeira Guerra Mundial”, explicou o professor Américo Pereira.
“Se se conseguisse resolver aquele problema resolver-se-iam muitos outros problemas a partir da solução encontrada uma vez que são paradigmáticos em termos antropológicos, éticos, políticos”, desenvolveu o coordenador da área científica de Filosofia na Faculdade de Ciências da UCP.
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