Diretor da instituição assinala capacidade de se «reinventar»
Lisboa, 22 set 2016 (Ecclesia) – O diretor da Faculdade de Ciências Humanas (FCH), da Universidade Católica Portuguesa, considera os 25 anos da refundação uma oportunidade de celebrar a “capacidade” da instituição “se recriar e inovar” e projetar esse “espírito” para o futuro.
“Queremos comemorar o facto de a faculdade ter tido essa capacidade de se reinventar em 1991 e de, desde então, ter mantido essa tradição e essa história de continuamente inovar e criar novos projetos”, disse Nelson Costa Ribeiro, sobre a faculdade “quase fundadora da própria Universidade Católica em Lisboa”.
À Agência ECCLESIA, o diretor da FCH, desde janeiro de 2016, sublinhou que a instituição tem tido “a capacidade de lançar muitos novos projetos inovadores” como o ‘Lisbon Consortium’ ou o mestrado “pioneiro” em Ciência da Família e, “mais recente” a Licenciatura em Psicologia.
Fundada em 1972, a FCH foi refundada em 1991 quando passou a ter configuração “mais próxima do que tem hoje” para além da criação de novas licenciaturas ao longo de 25 anos tiveram cursos que “se autonomizaram em faculdades próprias”, nomeadamente, as de Ciências Económicas e Empresariais e a de Direito.
Nelson Costa Ribeiro destacou também a “aposta muito grande” em termos da internacionalização que “tem sido uma das suas marcas nos últimos anos”, visível nos rankings, e na procura dos estudantes estrangeiros que são “cerca de 100 alunos internacionais” este semestre.
O antigo diretor da Faculdade de Ciências Humanas, o professor Mário Pinto, proferiu esta quarta-feira a conferência ‘Celebrar as Ciências Humanas na Universidade Católica Portuguesa’.
“[As Ciências humanas] hoje estão especialmente na ordem do dia em muitas universidades e muitos fóruns internacionais, valoriza-se a necessidade de voltar às ciências humanas”, explicou.
À Agência ECCLESIA, o professor Mário Pinto observou que os estudos tecnológicos e económicos continuam a ser importantes mas “não deve haver esquecimento da formação humanística” porque é através das ciências humanas que se “pensa, reflete mais em direção aquilo que é essencial da pessoa humana”.
O entrevistado que foi diretor da FCH nas duas fases – de 1972 a 1979 e entre 1999 e 2005 – considera que “foi inovadora e pioneira” nos dois períodos com muitas “áreas a ser acolhidas nas universidades públicas”.
Esta terça-feira foi ainda apresentada a publicação institucional ‘Orações de Sapiência, FCH 2001-2016’, organizada pelo professor José Miguel Sardica.
“Este livro não tendo uma unidade por temas porque reflete a diversidade das Orações de Sapiência e da escola, reflete o caminho evolutivo que cada área científica e cada docente teve”, explicou à Agência ECCLESIA o também antigo diretor da FCH sobre a publicação que “vale como um todo”.
As celebrações dos 25 anos da refundação da FCH continuam com um concerto de música de câmara, seguida de uma Missa de Ação de Graças, às 18h30 de 21 de outubro na Sé de Lisboa e encerram com uma “aula magistral” do professor Arjun Appadurai, antropólogo indiano, a 29 de novembro.
O diretor da FCH destacou que o professor Arjun Appadurai é conhecido internacionalmente como “um dos especialistas no fenómeno da globalização” que desde os anos 90 destaca dois fenómenos que “iam ser marcantes”: “A mudança tecnologia, digital, e a migração em massa.”
“20 anos depois estamos a viver um tempo em que todos reconhecemos que esses dois fenómenos são incontornáveis para estudar a globalização”, destacou Nelson Costa Ribeiro sobre o especialista que vai ser professor convidado da Faculdade de Ciências Humanas, da UCP, ao longo do atual ano letivo.
CB