UCP: Arcebispo de Braga pede afirmação da identidade cristã

Braga, 16 out 2013 (Ecclesia) – D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, participou esta terça-feira na abertura solene do ano letivo da Universidade Católica Portuguesa (UCP) e afirmou que “há uma religião que alimenta, fundamenta e projeta” esta instituição de ensino.

“Se os primeiros cristãos conseguiram transformar um império inteiro, porque é que os nossos jovens alunos e professores não haverão também de conseguir mudar um pequeno país como o nosso?”, perguntou, inspirado pelo filme ‘Quo Vadis’, num discurso publicado pelo site diocesano.

O arcebispo de Braga revelou ser da “velha guarda” e preferir filmes dos anos 50 e 60 do século passado, como aquele que conta a história de uma religião “emergente”, o Cristianismo que inicia “a transformação político-social do poderoso Império Romano”.

“Nunca poderemos esquecer que há uma religião que alimenta, fundamenta e projeta esta mesma universidade. E tal como no filme [Quo Vadis], esta religião tem a obrigação de transformar o atual sistema político-social em nome de uma sociedade mais igual, mais livre e mais fraterna”, considera D. Jorge Ortiga.

A intervenção destacou que há uma “característica juvenil” que tem “dificultado” a missão de transformação que a UCP tem de promover, a “primeira geração incrédula”, ou seja “uma geração sem antenas para Deus, isto é, que não se opõe a Deus e que já está a aprender a viver sem Deus e sem a Igreja”.

No discurso intitulado ‘Uma pergunta académica’, o arcebispo de Braga recordou também João Paulo II quando este considerou a que a UCP tem de ser uma “laboratório de fé”, porque esta já não é uma “opção hereditária” mas pode ser uma “decisão preparada e promovida”.

Na Aula Magna da Faculdade de Filosofia, da UCP/Braga, a crise também esteve presente porque e D. Jorge Ortiga recordou um artigo do jornal italiano ‘Avvenire’, sobre a relação entre fé e economia, nos tempos medievais.

“A fé cristã era a base de toda a economia porque era um pressuposto que gerava a inevitável confiança necessária entre o vendedor-comprador, o que possibilitava o negócio justo e válido”, explicou.

Depois, na modernidade com o “império da razão” a relação entre “fé-confiança-riqueza” perdeu-se para o capitalismo que apenas procura o lucro e hoje, o “maior desafio” é “humanizar a economia”, assinalou ainda.

CB

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