Raquel Dias e Joana Teixeira Duarte são alunas do curso de Teologia que procuram respostas à sua insatisfação noutros percursos
Lisboa, 22 jun 2018 (Ecclesia) – Raquel Dias e Joana Teixeira Duarte são duas alunas do curso de Teologia que, por estes dias, fazem um braço de ferro com exames que as levam a “aprofundar e sustentar a fé que têm”, depois de períodos de insatisfação.
Raquel Dias foi desafiada a ir a uma Missa porque a sobrinha fazia a profissão de fé e ali percebeu como andava afastada da Igreja.
“Ouvi a homilia refrescante, não falava de pecado mas a tónica era o amor; foi aí que percebi que me tinha afastado pelas razões erradas”, explica, em declarações à Agência ECCLESIA.
Os passos seguintes apareceram naturalmente: integrou-se na paróquia de São Julião da Barra, no Patriarcado de Lisboa, frequentou o curso Alpha e não quis parar de saber mais.
“Baixei a guarda, fui aprendendo mais e fazia todo o sentido entrar em Teologia, não havendo um curso com mais intensidade”, explicou a aluna de Mestrado integrado de Teologia.
Raquel Dias vivia uma fase de transição na sua vida pessoal e candidatou-se ao curso com “muitos receios, de não ser bem acolhida e de ser um curso só para padres”.
Hoje entende como um “curso muito equilibrado”, onde a cadeira de Cristologia é a que mais a fascina e sente que já há uma vivência diferente desde que aprofunda o seu conhecimento nesta área.
“A minha vivência de fé já é diferente todos os dias; fazer o curso nesta fase da minha vida não é fácil, implica muito investimento, mas consigo já lidar com coisas que são difíceis. Consigo agora reler a vida e perceber como Deus está em primeiro e depois são os outros a quem temos a capacidade de fazer chegar esse amor que chegou até mim”.
A colega de curso, a psicóloga Joana Teixeira Duarte, teve um caminho de fé diferente mas sentia lacunas na sua vida espiritual”.
Depois de ter frequentado vários cursos e a escola de leigos do Patriarcado de Lisboa, decidiu inscrever-se no curso de Teologia, na Universidade Católica Portuguesa.
“A certa altura achei que precisava de saber mais e o curso de Teologia era óbvio e necessário mas voltar aos bancos da universidade assustou um bocadinho, no meio de pessoas mais novas mas sentia que era mais forte do que eu”, confessou.
Joana Teixeira Duarte queria “descobrir este Deus” em que acredita e apesar de gostar de estudar em silêncio a época de exames é “uma doença”.
“A época de exames é algo muito complicado, tenho memória curta mas começo a integrar melhor os saberes e percebendo onde se vão tocando. Os muitos trabalhos que vamos fazendo vou sentindo como oportunidade para investigar outros que já pensaram nestes vários temas”, contou.
Para esta jovem, que assumiu integrar o curso de Teologia, mesmo depois de lhe dizerem que “ia perder a fé”, há algumas cadeiras que a fazem investigar e querer saber sempre mais.
“Gosto mais de cadeiras ligadas ao mistério de Deus, e a Cristologia, os Evangelhos Sinópticos e Novo Testamento. Mas, por exemplo, quando se estuda as heresias, houve muitas tentativas de explicar Cristo, o que dá para perceber o esclarecimento que temos hoje”, conclui.
Estes e outros testemunhos de estudo e aprofundamento da fé vão ser emitidos no programa Ecclesia, na Antena 1 da rádio pública, de 25 a 29 de junho, pelas 22h45.
SN