Responsável do Vaticano diz que já esperava reações negativas ou ofensivas, mas valoriza presença nas redes sociais
Cidade do Vaticano, 06 dez 2012 (Ecclesia) – A conta de Bento XVI na rede social twitter, apresentada esta segunda-feira, tem mais de 750 mil seguidores nas oito línguas disponibilizadas, nas quais se inclui o português, com quase 20 mil pessoas.
“Acreditamos que nos próximos dias, talvez mesmo antes do Natal, poderemos chegar a um milhão de seguidores”, disse hoje à Rádio Vaticano o presidente do Conselho Pontifício das Comunicações Sociais (CPCS), D. Claudio Celli.
Bento XVI vai lançar a primeira mensagem na rede Twitter a 12 de dezembro, através da conta @Pontifex.
O arcebispo Celli admite que a conta do Papa não vai ser usada da forma interativa que é habitual nesta rede social, mas justifica a opção com o facto de ser “materialmente impossível” responder ao número previsível de mensagens que devem chegar a Bento XVI.
O presidente do CPCS revela que nos últimos dias tem lido “tweets positivos, tweets negativos e tweets ofensivos” em relação ao Papa, mas desvaloriza a questão: “Quando se entra neste mundo, é preciso estar à espera disto”.
“Diria que aquilo que realmente me surpreendeu foi a quantidade de mensagens que chegaram, mas não nos surpreendeu que em certos momentos emergissem sofrimentos, uma espuma um pouco negra”, precisou.
Segundo o arcebispo italiano, o Papa “não procura popularidade”, mas tem o desejo de “estar presente, de estar ao lado das pessoas de hoje, que não enfrentam um caminho fácil”.
As mensagens de Bento XVI serão publicadas, com a sua autorização, em inglês, espanhol, italiano, português, alemão, polaco, árabe e francês.
Numa primeira fase, os ‘tweets’ serão lançados às quartas-feiras, dia da audiência pública semanal, mas com o passar do tempo serão “mais frequentes”, segundo anunciou o Vaticano.
As primeiras mensagens do Papa vão ser respostas a perguntas sobre a fé que podem ser colocadas, ao longo dos próximos dias, através do marcador (conhecido por “hashtag”) ‘#askpontifex’.
“Chegaram perguntas interessantes sobre a fé. É verdade que por vezes recebemos tweets em tom de gozo, mas também isso corresponde à cultura do momento”, destaca D. Claudio Celli.
O responsável do Vaticano para o setor dos media dá as “boas-vindas” à presença do Papa no mundo das redes sociais e deixa votos de que os seus “amigos” possam retransmitir as mensagens de Bento XVI, para que estas tenham a maior divulgação possível.
A denominação Twitter deriva da palavra inglesa com a mesma grafia, que em português pode ser traduzida por “gorjear” ou “piar”, razão pela qual o logótipo daquela rede social representa um pássaro.
OC