Turquia no coração dos Papas

A Turquia tem merecido, ao longo das últimas décadas, uma atenção particular dos Papas, que reconhecem neste país a capacidade de ser uma ponte privilegiada entre o Oriente e o Ocidente. Paulo VI, em 1964, e João Paulo II, em 1979, visitaram o país, mas são outros dois os Papas mais queridos dos turcos, Bento XV e João XXIII (1958-63). Bento XV tem mesmo uma estátua junto da Catedral do Espírito Santo, em Istambul, onde o actual Papa irá celebrar uma Missa na próxima sexta-feira. “Ao benfeitor dos povos sem distinção de nacionalidade e religião”, diz a legenda inscrita no monumento, financiado por uma subscrição pública promovida pelo sultão Mehmet VI (1918-22). A estátua reconhece o empenho deste Papa em favor dos prisioneiros turcos da I Guerra Mundial. Bento XV promoveu a criação de um hospital em Istambul, recorda Georges Marovitch, porta-voz da Nunciatura Apostólica na Turquia, em declarações à AFP: “Aqui, o Papa fez abrir um hospital para as vítimas do conflito e, quando o Império Otomano foi ocupado, ele reclamou das forças de ocupação britânicas, francesas, gregas e italianas que tratassem bem os prisioneiros de guerra turcos.” Também João XXIII deixou boas recordações na Turquia, onde esteve como delegado apostólico. Em 1960, ano em que a Turquia e o Vaticano estabeleceram relações diplomáticas, o governador de Istambul, Refik Tugla, chamou a Roncalli o “primeiro Papa turco da história”. Em 2000, quando João XXIII foi beatificado, a Turquia assinalou o acontecimento, em Istambul, da rua “Papa Roncalli”.

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