Turquia a caminho da UE

Preocupações com os direitos das minorias O Parlamento Europeu aprovou hoje por voto secreto o início das negociações com a Turquia para a adesão à União Europeia. “Considerando o progresso global delineado no relatório da Comissão Europeia, exorta o Conselho Europeu a encetar as negociações sem delonga desnecessária”, lê-se no relatório aprovado com 407 votos a favor, 262 contra e 29 abstenções. O documento coloca, no entanto, sob condição o cumprimento integral dos critérios políticos e de direitos humanos por parte da Turquia e a operacionalidade de todos os mecanismos de fiscalização. O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, considerou ter chegado o momento de dizer “sim” à abertura de negociações para a adesão da Turquia. No início deste mês, o antigo primeiro-ministro português defendeu que a Europa “não pode ser um clube cristão”, devendo por isso admitir um país de maioria islâmica como é o caso da Turquia. A adesão da Turquia à UE foi recentemente abordada pela Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia (COMECE). Os Bispos afirmaram que a abertura das negociações com a Turquia deverá depender da vontade política do governo turco em “corrigir as falhas evocadas no relatório da Comissão Europeia no que diz respeito à liberdade religiosa e ao estatuto jurídico das minorias”. “Para a Igreja Católica é importante que a Turquia e a UE desenvolvam as suas relações de forma amigável e construtiva: não pode haver obstáculos de ordem religiosa a que um país de maioria muçulmana se torne membro da União Europeia”, sublinham. Na passada segunda-feira, o subsecretário da Santa Sé para as relações com os Estados, D. Pietro Parolin, pediu à Turquia que dê “pleno reconhecimento” jurídico à presença católica no país. Um homens fortes da Cúria Romana, o Cardeal Joseph Ratzinger, tem vindo a opor-se a uma eventual entrada da Turquia para a União Europeia (UE),considerando que isso seria “anti-histórico” e que será melhor que esse país faça a ponte entre a Europa e o mundo árabe. A nível de política externa, contudo, a Santa Sé pauta as suas posições pela neutralidade defendida por D. Angelo Sodano, Secretário de Estado do Vaticano. O Cardeal Sodano já afirmou que a Santa Sé não é contrária à entrada da Turquia na UE. “Estamos na presença de questões entre Estados, sobre as quais a Santa Sé é neutral e como tal deve permanecer”, assegurou.

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