Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes recorda potencial de mil milhões de viajantes em todo o mundo
Cidade do Vaticano, 27 set 2015 (Ecclesia) – O Vaticano propõe na sua mensagem para o Dia Mundial do Turismo 2015, que se celebra hoje, uma “revolução” ecológica neste setor, com a ajudar dos mil milhões de viajantes em todo o mundo.
“Cada viajante, ao adotar um critério mais correto para percorrer o mundo, torna-se parte ativa na tutela da Terra. O esforço de cada um, multiplicado por mil milhões, torna-se uma grande revolução”, refere o texto do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes.
A mensagem, intitulada ‘Mil milhões de turistas, mil milhões de oportunidades’, recorda a nova encíclica de Francisco, ‘Laudato si’, centrada em questões ecológicas, apelando ao respeito pelas “pessoas e ambiente”.
“O setor turístico, aproveitando as riquezas naturais e culturais, pode promover a sua conservação e, paradoxalmente, a sua destruição”, alertam os responsáveis do. Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes.
A Santa Sé propõe a construção de redes socioeconómicas globalizadas “a favor de comunidades locais e viajantes”.
“Os turistas não podem reduzir-se apenas a uma estatística ou a uma fonte de recursos. É necessário colocar em ação formas de negócio turístico com e para as pessoas”, pode ler-se.
Segundo o Vaticano, a globalização do turismo pode levar “ao nascimento de um sentido cívico individual e coletivo”.
“Já se atenuou o conceito clássico de ‘turista’, ao passo que se reforçou o de ‘viajante’, ou seja, daquele que não se limita a visitar um lugar, mas, de alguma forma, torna-se parte integrante dele. Nasceu o ‘cidadão do mundo’: não mais ver, mas pertencer; não ‘curiosar’, mas viver; não mais analisar, mas aderir”, precisa o texto.
A mensagem sustenta que os governos devem garantir o respeito pela lei e adotar novas legislações “apropriadas à tutela da dignidade das pessoas, das comunidades e do território”.
O documento recorda as oportunidades de evangelização que o turismo oferece à Igreja Católica, tornando-se “próxima dos viajantes para oferecer uma resposta apropriada e pessoal à sua busca interior”.
“A Igreja coopera para fazer do turismo um meio para o desenvolvimento dos povos, especialmente dos mais desfavorecidos, encaminhando projetos simples, mas eficazes. A Igreja e as instituições devem, no entanto, estar sempre vigilantes a fim de evitar que mil milhões de oportunidades se tornem mil milhões de riscos, cooperando na salvaguarda da dignidade pessoal, dos direitos do trabalho, da identidade cultural, do respeito ao ambiente”, prossegue o Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes.
OC