Turismo: Vaticano pede consciência ecológica

Mensagem dedicada ao tema da água projeta jornada mundial

Cidade do Vaticano, 27 set 2013 (Ecclesia) – O Vaticano apelou a uma maior consciência ecológica por parte dos turistas em todo o mundo na mensagem para o Dia Mundial do Turismo, que hoje se assinala.

“É importante reiterar que todos os que estão envolvidos no fenómeno do turismo têm uma forte responsabilidade na gestão da água, de modo a que este setor seja efetivamente fonte de riqueza a nível social, ecológico, cultural e económico”, destaca o documento do Conselho Pontifício da Pastoral intitulado ‘Turismo e água: proteger o nosso futuro comum’.

O organismo da Santa Sé advoga uma “uma mudança de mentalidade” que leve a adotar um estilo de vida diferente, “caracterizado pela sobriedade e a autodisciplina”.

“Deve garantir-se que o turista esteja consciente e reflita sobre as suas responsabilidades e sobre o impacto da sua viagem. Ele deve ser capaz de chegar à convicção de que nem tudo é permitido, mesmo que pessoalmente possa assumir o seu custo económico”, sublinha a mensagem.

O Conselho Pontifício propõe a educação para “pequenos gestos” que combatam o desperdício ou contaminação da água e incentivem o seu “uso racional”, promovendo políticas adequadas e implementando equipamentos eficientes.

“É necessária, portanto, uma maior determinação por parte dos políticos e empresários, pois apesar de estarmos conscientes dos desafios que o problema da água nos coloca, temos consciência de que isto tem ainda de concretizar-se em compromissos vinculantes, precisos e verificáveis”, acrescenta a nota.

O tema escolhido pela Organização Mundial do Turismo associa-se ao Ano Internacional da Cooperação para a Água (2013), proclamado pela Assembleia Geral das Nações Unidas.

“Para o setor turístico, a água é de crucial importância, um bem e um recurso”, destaca o Vaticano.

O documento sustenta a necessidade de uma “economia verde”, cujo impacto ambiental se mantenha dentro de “limites aceitáveis”, e de um turismo ecológico, “respeitoso e sustentável”.

O organismo da Santa Sé recorda que uma em cada três pessoas vive num país com escassez de água de moderada a alta, e refere ser possível que em 2030 essa escassez afete “quase metade da população mundial”.

Segundo dados das Nações Unidas, cerca de mil milhões de pessoas não têm acesso à água potável.

“A gestão sustentável deste recurso natural é um desafio de ordem social, económica e ambiental, mas sobretudo de natureza ética, a partir do princípio do destino universal dos bens da terra, que é um direito natural”, assinala o Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes.

Este dicastério evoca as mensagens do Papa Francisco em favor do respeito pela natureza e sublinha a importância da água na simbologia católica.

OC

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