Investimento de 400 mil euros tem permitido recuperar igrejas, capelas e santuários da região
Tarouca, Viseu, 12 out 2011 (Ecclesia) – A cooperativa Turel apresentou hoje em Tarouca, distrito de Viseu, um guia inédito, com três rotas que pretendem apresentar aos turistas o património religioso do Douro.
“Partimos com uma intuição: sabemos que o Douro tem a vinha, é muito rico de panorâmicas, tem o rio, mas tem mais coisas. Também tem um património religioso que importa dar a conhecer”, justificou o presidente da Turel, o cónego José Paulo Abreu, citado pela Lusa.
A Rota do Douro Maravilhoso (14 imóveis), a Rota Paisagens e Religião (nove imóveis) e a Rota do Douro a Sete Chaves (sete imóveis) integram o guia.
O coordenador da obra, Varico Pereira, explicou que a Rota do Douro Maravilhoso é a que abrange uma maior área, sendo, por isso, precisos “dois ou três dias” para conhecer ao pormenor os seus imóveis, todos eles classificados.
[[v,d,2256,]]No âmbito deste “Douro Religioso: visitar, conhecer e reconhecer”, foram identificados 93 imóveis e 323 objetos de interesse turístico, através da estreita colaboração das dioceses de Lamego, Bragança-Miranda, Porto e Vila Real e das regiões de turismo do Porto e do Norte de Portugal.
Em declarações prestadas ao programa 70×7, na RTP2, Varico Pereira sublinhava a importância de preservar esta “herança do passado”, dando-lhe “animação” e permitindo às pessoas “utilizá-la não só como espaço religioso e de oração, mas também como espaço cultural e artístico”.
Destaque para a rota do “Douro a Sete Chaves”, em que as pessoas têm a oportunidade de passar por diversas aldeias vinhateiras do Douro e conhecer monumentos religiosos que normalmente não estão abertos ao público.
Uma aventura que, para Varico Pereira, encerra também um desafio para os turistas, já que primeiro têm de entrar em contacto com a população local e “encontrar a pessoa que lhes vai abrir a porta” do templo.
Com um investimento total na ordem dos 400 mil euros, o projeto contempla também o restauro e conservação de algumas “joias” da arquitetura religiosa nortenha, como a Igreja do Desterro, situada na diocese de Lamego.
Trata-se de um monumento que se encontra fechado há vários anos, e que está agora a beneficiar de intervenções ao nível da talha, do azulejo e da pintura mural.
“O facto de nós termos abertas e mostrarmos ao público estas preciosidades será, sem dúvida nenhuma, um enriquecimento cultural e um afirmar da cultura lamecense, já que estes bens imateriais têm cada vez mais importância na nossa vida”, realça Marina Valle Teixeira, vereadora da Ação Social e Cultural da autarquia de Lamego.
70×7/JCP/OC