Desafios atuais pedem mais do que «um conjunto de atividades avulsas», frisa o padre Carlos Godinho
Lisboa, 06 jul 2019 (Ecclesia) – A Obra Nacional da Pastoral do Turismo, da Igreja Católica em Portugal, divulgou hoje uma nota pastoral para esta época balnear, intitulada ‘Pastoral do Turismo e Missão’, onde traça como prioridade o reforço do acolhimento a quem chega de fora, nestes meses de Verão e de férias.
No referido texto, enviado hoje à Agência ECCLESIA, o responsável pela ONPT, padre Carlos Godinho, salienta que “a pastoral do turismo deverá promover o acolhimento e respeito por cada cultura, etnia ou religião”, com o intuito de favorecer “um diálogo autêntico” e sem nunca esquecer aquilo que carateriza esta missão:
“Ajudar a pessoa de cada turista ou visitante a reconhecer o amor de Deus, a acolhê-lo, a celebrá-lo e a estabelecer com Ele uma relação filial” para que se possa descobrir “amado”, para que tenha sempre consciência da “sua dignidade e da dignidade dos demais”, concretiza o sacerdote.
Para o diretor da ONPT, a dimensão do acolhimento e do diálogo é essencial num mundo cada vez mais global mas também marcado por fenómenos como a crise de refugiados, a discriminação étnica ou racial, o tráfico humano, entre outras.
Neste contexto, de “um mundo cada vez mais próximo” mas também com “novos desafios”, nomeadamente no “acolhimento dos estrangeiros”, o padre Carlos Godinho alerta que é necessária uma “renovada resposta missionária”, que vá além das propostas já feitas, e dos lugares já percorridos.
O responsável pela Pastoral do Turismo em Portugal recorda o apelo do Ano Missionário que a Igreja Católica está a viver no país, uma iniciativa proposta pela Conferência Episcopal Portuguesa até ao mês de outubro e que deve também comprometer quem trabalha neste setor.
“Devemos ajudar as comunidades cristãs a alargar o seu olhar, a sair de si, das suas estruturas, e a acolher quem nos visita, em sincera gratuidade e universalidade, sem excluir ninguém”, frisa o padre Carlos Godinho, que recorda não só a importância da “formação” de recursos humanos para este trabalho mas também a urgência de novos métodos.
“A Pastoral do Turismo não pode reduzir-se a uma estrutura ou conjunto de estruturas – nacional ou diocesanas -, nem tão pouco a um conjunto de atividades avulsas propostas pela Igreja às comunidades cristãs e a quem nos visita”, salienta aquele responsável.
“Exige-se-nos que formemos os cristãos para o seu compromisso laical também no seio do turismo”, acrescenta.
No final desta nota pastoral, o diretor da ONPT deixa algumas propostas para a concretização desta ação missionária no turismo, por parte das comunidades cristãs.
A par do acolhimento “pessoal”, o padre Carlos Godinho destaca a importância de cuidar da informação que é prestada a quem chega, nomeadamente ao nível das celebrações eucarísticas, disponibilizando também a vivência dos sacramentos, abrindo as portas das igrejas e dos monumentos religiosas para que as pessoas os possam visitar, fazendo disso também um “meio privilegiado de evangelização”.
“Fomentar a criação, onde possível, de roteiros temáticos ligados a algumas expressões da espiritualidade cristã”; “proporcionar aos visitantes outras formas de celebração da fé, incluindo algumas expressões de piedade popular”, e “desenvolver catequeses, conferências, encontros informais, saraus musicais de mensagem cristã” para visitantes e turistas são algumas das sugestões deixadas por aquele responsável.
JCP