Agentes turísticos devem ser incentivados a usar energias renováveis em maior escala
Lisboa, 27 set 2012 (Ecclesia) – A Igreja Católica em Portugal quer que Governo e industriais hoteleiros desenvolvam mais medidas de proteção do ambiente para proteger a natureza e aumentar os rendimentos do turismo.
O diretor da Obra Nacional da Pastoral do Turismo (ONPT) sublinha em texto enviado à Agência ECCLESIA que a atividade “só é viável, a médio e a longo prazo, com recurso a soluções ambientais e energéticas sustentáveis”.
“O turismo pode, e deve, estar ao serviço de iniciativas energeticamente sustentáveis e de menor impacto ambiental” porque “delas depende o seu próprio desenvolvimento sustentado”, aponta o padre Carlos Godinho.
A mensagem para o Dia Mundial do Turismo, que se assinala hoje, pede um “esforço redobrado” para “evitar o excesso de poluição e de produção de resíduos”.
O texto frisa ainda que é “urgente” uma formação cívica encorajadora do “tratamento de resíduos”, “reciclagem” e “respeito pelos espaços públicos”.
O pároco do Luso também alerta para a premência de “uma nova política para a floresta”, que considera “um dos elementos mais atrativos para o desenvolvimento do turismo” em Portugal, “infelizmente tão flagelado pelos incêndios”.
O responsável elogia o investimento nas energias renováveis, “que urge continuar a desenvolver”, e ressalta que os agentes turísticos devem ser incentivados a usá-las em “maior escala”.
O documento é inspirado na mensagem que o Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes dedica ao Dia Mundial do Turismo, intitulada “Turismo e sustentabilidade energética: propulsores do desenvolvimento sustentável”.
A ONPT vinca que o respeito pela criação divina “tem de pressupor a compreensão do justo uso dos recursos naturais, da salvaguarda do serviço à pessoa e de uma verdadeira prossecução do bem comum”.
“Um dos graves flagelos com que hoje nos confrontamos – talvez o maior e menos consciente – é precisamente o desrespeito pela natureza, pelas suas possibilidades e limites, pondo em causa o equilíbrio da nossa casa comum”, indica o padre Carlos Godinho.
O sacerdote acentua que os recursos energéticos “são igualmente limitados, exigindo uma séria responsabilidade no seu uso e preservação”, a par do fomento de novas formas de produção, “garantindo a viabilidade económica de todos”, a “equidade na sua justa distribuição” e o “respeito pelo equilíbrio natural”.
A ONU definiu que 2012 é o Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos.
RJM