Turismo/Património: Passaporte cultural «Lisboa Sacra» une 13 igrejas, num roteiro por duas colinas da capital

«As igrejas são as materializações em pedra, em estruturas, de uma espiritualidade, de tradição, de uma vida de fé» – José Manuel Pimenta

Foto: Agência ECCLESIA/CB

Lisboa, 25 set 2025 (Ecclesia) – O Departamento da Pastoral do Turismo do Patriarcado de Lisboa apresentou hoje o Passaporte cultural ‘Lisboa Sacra – Roteiro entre colinas’, no Convento dos Cardaes, e, nesta 1.ª edição, reuniu 13 igrejas de duas colinas da capital portuguesa.

“Hoje, as igrejas, pela índole turística que a cidade tem, são também pontos de atração e de visita constante dos turistas, mas também a possibilidade de integrar neste programa e neste projeto alguns dos museus e espaços culturais da igreja”, explicou o coordenador do Departamento da Pastoral do Turismo do Patriarcado de Lisboa, esta quinta-feira, 25 de setembro, em entrevista à Agência ECCLESIA.

O Passaporte cultural, ‘Lisboa Sacra – Roteiro entre colinas’, lançado pela Diocese de Lisboa, une 13 igrejas num percurso por “alguns dos mais notáveis testemunhos do património religioso da cidade de Lisboa”, e, segundo José Manuel Pimenta “é fruto de uma colaboração de várias entidades da cidade de Lisboa”, sejam religiosas, proprietárias, ou que têm “como responsabilidade o cuidado de igrejas”.

“13 locais diferentes localizados nas duas grandes colinas da cidade de Lisboa, uma delas presidida pela igreja do Castelo, depois temos o convento e a igreja da Graça, o Mosteiro de São Vicente, e descemos até à Baixa, e temos as três igrejas – São Nicolau, Madalena e Conceição Velha. Fazemos um pequeno desvio para a Mouraria, a igreja de São Cristóvão,  e começamos a subir para a outra colina”, indicou.

Cartaz: Pastoral do Turismo do Patriarcado de Lisboa

Sobre este novo projeto, ‘Lisboa Sacra – Roteiro entre colinas’, José Manuel Pimenta destaca que o setor do Turismo do Patriarcado,  como entidade diocesana, tem como objetivo “ser o promotor e o agregador de todos os projetos da Pastoral do Turismo”, e, segundo a sua análise, “todos estes espaços eram muito relevantes, mas, cada um, estava a trabalhar individualmente, e de forma isolada”.

“O que quisemos, primeiro um produto em que estes vários pontos pudessem trabalhar em conjunto, propor um projeto e que esta oferta muito mais robusta. O segundo ponto, que preside a este projeto, está em linha com aquilo que temos estado a fazer, e até foi um desafio, ainda, do nosso saudoso Papa Francisco, era que em todos os momentos, bons ou difíceis, tentar descobrir e propor algo novo,  que está escondido, um tesouro que é desconhecido”, desenvolveu.

O coordenador do Departamento da Pastoral do Turismo do Patriarcado de Lisboa salienta que a Sé, São Vicente ou a Graça, “por eles próprios comunicam e não precisariam de mais nada para continuarem a ter sucesso e serem muito visitados”, mas existem “outros espaços extraordinários”, como o Convento dos Cardaes, que acolheu este lançamento, e “são muito menos conhecidos do turista”.

“Este passaporte permite que quem visite, por exemplo, a Sé de Lisboa e receba este passaporte, ao folhear vê o Convento dos Cardaes, e lê a descrição. E é interpelado e pode surgir este interesse em conhecer este espaço que é uma joia na cidade de Lisboa”, exemplificou o entrevistado, no Programa ECCLESIA, transmitido hoje, na RTP2.

O Dia Mundial do Turismo é comemorado anualmente a 27 de setembro, este sábado, e a Organização Mundial do Turismo propõe que seja celebrado com a tónica da transformação sustentável.

“Há aqui um trabalho sustentável e até de parceria; este trabalho de envolver os vários intervenientes, aqueles que estão nos espaços, que criem a consciência daqueles que nos visitam o cuidado, a preservação; que as pessoas possam usufruir e fruir do nosso património religioso, histórico e espiritual, mas, de facto, temos também de ir incutindo este dever da preservação deste património  que é herdeiro de tradições, de histórias das populações locais”, desenvolveu José Manuel Pimenta.

“As igrejas são as materializações em pedra, em estruturas, de uma espiritualidade, de tradição, de uma vida de fé que ao longo dos tempos foi construída e se materializa naquele espaço.”

O novo passaporte cultural “permite o desconto no bilhete de entrada, por exemplo, nos museus”, mas o Patriarcado de Lisboa vai propor que “haja um donativo”, porque “as igrejas são de entrada gratuita”, e estas paróquias são também “o berço de atividades socio caritativas muito relevantes”.

LS/CB/OC

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