Turismo não fundamenta Semana Santa de Famalicão

Organização interessada mais na vertente religiosa «Famalicão é uma terra de gente de fé», destacou ontem a organização das solenidades da Semana Santa de Vila Nova de Famalicão. Em conferência de imprensa, os responsáveis salientaram que não é o turismo que fundamenta a organização das solenidades mas antes «a expressão pública da fé». Organizadas pela Confraria das Santas Chagas de Vila Nova de Famalicão, o programa religioso ontem apresentado pretende ser agregador de um grande número de pessoas, principalmente, os habitantes do concelho. Ainda que as cerimónias religiosas imperem no programa, há lugar para iniciativas que, ainda que carregadas de simbolismo católico, podem ser encaradas numa vertente cultural. É o exemplo dos concertos da Orquestra da ARTAVE e o Coro CCM, às 21h15, do dia 15 de Março, na antiga igreja Matriz e do concerto de Páscoa, no dia 19 de Março, às 21h30, na Casa das Artes, em que o Coro Polifónico da Lapa e a Orquestra “Sine Nomine” do Porto, interpretam a “Paixão de S. João”, uma obra de Ferreira dos Santos. No primeiro a entrada é livre, no segundo o bilhete tem um custo de sete euros. O pároco de Vila Nova de Famalicão, padre Paulino Carvalho destacou as inúmeras pessoas que participam nas celebrações e apontou a importância da vivência da caminhada quaresmal como «essencial para viver a Páscoa». «Este é um tempo diferente que queremos testemunhar», acrescentou o sacerdote. O padre Paulino Carvalho frisou, contudo, que a Semana Santa de Famalicão «não quer rivalizar com nenhuma outra», até porque, destacou, «não existem preocupações turísticas». O sacerdote não negou que as solenidades atraem muita gente mas frisou que a componente turística «não está dentro dos objectivos » da organização. Por seu turno, o juiz da Confraria das Santas Chagas, José Machado Nogueira agradeceu os apoios recebidos pela organização da Câmara Municipal, gestor do Centro Urbano, junta de freguesia, de comerciantes e industriais. Apostado também na dimensão «catequética » das solenidades, aquele responsável manifestou alegria pela participação crescente das escolas da cidade nas actividades. José Nogueira não revela qual o orçamento da Semana Santa, adiantando ser «muito difícil» determinar custos e gastos. Ultrapassados os diferendos com a participação das corporações de bombeiros da cidade, a organização aguarda a sua presença na realização das procissões de Quinta e Sexta-Feira Santa.

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