Turismo/Lisboa: Patriarcado ajuda a «acolher» e descodificar património

Novo serviço surge como resposta a uma obrigação de «evangelização e missão»

Lisboa, 29 out 2015 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa explicou que o objetivo da Pastoral do Turismo é “traduzir, descodificar” o património da diocese, na apresentação deste serviço eclesial, esta quarta-feira, no Mosteiro dos Jerónimos.

“[A Pastoral do Turismo] É uma obrigação em termos de evangelização e missão, agora façamos de uma razão histórica uma atualidade e responsabilidade do presente. Evangelizar é transmitir o que recebemos de Jesus Cristo que nos faz bem e temos de oferecer aos outros”, disse D. Manuel Clemente.

À Agência ECCLESIA, o cardeal explicou que esta transmissão passa por muitas atuações e a primeira é “apoiar as pessoas nas suas necessidades imediatas” mas também “transmitir-lhes sentido, verdade, beleza”.

Neste contexto, o patriarca de Lisboa destaca que no território desta Igreja local existe muita “memória acumulada”, um património que “precisa de ser lido, transmitido e traduzido” na expressão mediática e no seu significado.

Segundo D. Manuel Clemente, desta forma, a memória que o património contém é transmitido a quem visita Portugal, como aos portugueses que, às vezes, “passam a vida inteira sem perceber o que têm na igreja ao lado” porque não “lhes é descodificam”.

Por sua vez, o diretor da Pastoral do Turismo destacou quatro razões para se “apostar” neste serviço, que ressurge pelos 300 anos do patriarcado, com um património “particularmente vasto na extensão mas também rico, em muito casos único”.

“Em 2014 foram cerca de 5,5 milhões de turistas, não se pode ficar indiferente a uma realidade destas”, comenta o padre Mário Rui Pedras.

Desta forma, no espaço de um ano pretende-se ter um conjunto de produtos turísticos que seja expressão da Igreja de Lisboa “na sua dimensão sinodal de acolher e de Igreja de portas abertas”.

O primeiro produto apresentado foi o “Guia das Igrejas de Lisboa Cidade”, o primeiro de quatro que ainda vão contemplar a região ocidental e oriental da cidade e o norte, o Oeste, “até setembro de 2016, no Dia Mundial do Turismo”.

Segundo o padre Mário Rui Pedras as aplicações móveis (apps) “são indispensáveis”, bem como um sítio online e redes sociais, pretendem também nas “igrejas turisticamente mais interessantes” desenvolver desdobráveis em vários idiomas.

O diretor do serviço pastoral do Turismo do Patriarcado de Lisboa adianta ainda pretendem ter um “centro de informação no centro, na zona da baixa”, e desejam a partir de 2016 oferecer concertos aos turistas numa das igrejas da cidade.

Na sessão de apresentação, o diretor do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) considerou “fundamental” a capacidade da Igreja em acolher e oferecer mais do que a beleza mas também uma mensagem.

“Primeiro porque a Igreja é responsável pelo património que guardou e é da sua curadoria mas pertence à comunidade inteira”, explicou António Filipe Pimentel, depois porque a sua natureza católica “pensa na comunidade inteira”.

Com uma mensagem, “por natureza ecuménica”, destina-se a crentes e não crentes, “seja num caminho da fé ou simplesmente ético, filosófico, entre outros”, acrescentou o diretor do MNAA destacando ainda a “capacidade de preservar, reabilitar e deixar às gerações futuras um legado”.

HM/CB

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