Turismo: «Igreja tem de privilegiar o acolhimento»

Obra Nacional da Pastoral do Turismo publicou mensagem no início do verão

Lisboa, 04 ago 2014 (Ecclesia) – O diretor da Obra Nacional da Pastoral do Turismo (ONPT), padre Carlos Godinho, afirmou em entrevista à Agência ECCLESIA que o acolhimento deve ser uma tarefa primordial da Igreja, em especial nas comunidades inseridas em destinos de férias.

“Para além deste período que é o mais marcante para nós, que coincide com a época balnear, temos de facto uma presença turística que se vai distribuindo ao longo de todo o ano. E que hoje necessita de uma atenção particular por parte da igreja”, assinalou o padre Carlos Godinho numa entrevista emitida hoje no programa Ecclesia, na RTP2.

Para o diretor da ONPT, o “acolhimento é atitude fundamental que a Igreja tem de privilegiar na vivência do turismo” porque o turista, a pessoa “tem de estar no centro da atenção” da comunidade cristã de acolhimento.

O padre Carlos Godinho destaca a necessidade, sempre que possível, de haver alguém em cada comunidade cristã que “tenha a particularidade de estabelecer diálogo”, uma primeira função de “saudação” com os turistas que os visitam, uma atitude de “porta de abertura”.

Depois indica que a Eucaristia “assume centralidade” mas a receção pode ser feita de formas muito diversas desde “uma saudação, monição” ou “eventualmente alguma leitura na língua de origem” até à disponibilidade, “talvez mais difícil”, de alguém que “possa permanecer mais tempo e exercer algum ministério na própria comunidade”.

“O ideal seria que o sacerdote depois, se tiver capacidade de o fazer, um apontamento, uma pequena expressão para aquele grupo”, acrescenta o sacerdote.

Segundo o diretor da Obra Nacional da Pastoral do Turismo, estes gestos devem ser sempre valorizados e “são uma forma que pode parecer quase insignificante mas é fundamental para que quem está sinta-se participante da própria comunidade celebrativa”.

Outros exemplos de acolhimento são momentos de reunião e de reflexão que podem ajudar “o aprofundamento da fé”, uma biblioteca paroquial, ou até a participação dos grupos de jovens na organização de “um pequeno espetáculo e oferecê-lo a quem está e a quem visita”.

“É uma forma de acolhimento, de oferta, permite a relação com quem está e acaba por ser uma outra forma de evangelização”, considera o padre Carlos Godinho.

Celebrações com horários tardios, como acontecem em paróquias da Diocese do Algarve, com Eucaristias às 22h00 e disponibilizar esta informação da vida da comunidade “nos hotéis e nos postos de turismo, com uma pequena saudação do pároco”, é outro exemplo e torna-se “fundamental”.

Para além do litoral, com praias e sol, o diretor da ONPT frisa que “Portugal é todo turístico”, com “imensos santuários” que atraem os turistas em incursões pelo interior do país.

Como exemplo, o padre Carlos Godinho refere a Diocese de Bragança-Miranda, que foi dos primeiros a ter um serviço organizado da pastoral do turismo, e “que tem feito um trabalho ótimo com roteiros, informação e disponibilização do património que tem sido devidamente aproveitado”.

“Antes de atender a quaisquer outras necessidades pessoais de cada visitante, quem acolhe vive a obrigação de atender à própria pessoa de quem o visita, numa abertura à vivência de uma autêntica e sincera fraternidade”, escreveu o sacerdote na mensagem “O Acolhimento na Pastoral do Turismo”.

HM/CB

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