Turismo: Igreja quer melhorar acolhimento

Direção da Obra Nacional reuniu-se pela primeira vez

Almada, Setúbal, 19 jun 2012 (Ecclesia) – A Obra Nacional da Pastoral do Turismo, que se reuniu pela primeira vez esta segunda-feira no Santuário de Cristo-Rei, em Almada, pretende que as paróquias católicas melhorem a receção aos visitantes e tenham mais ofertas de caráter religioso.

A prioridade é dar “resposta às necessidades espirituais”, afirmou à ECCLESIA o diretor do departamento, padre Carlos Godinho, para quem o património da Igreja pode ser uma porta de entrada para a transcendência, mesmo para não crentes.

O sacerdote gostaria que os turistas apreciassem as obras de arte “não só como elemento cultural mas que reconheçam o seu significado profundo, deixando que desperte a inquietação sobre o sentido da vida”.

A Igreja tem estado presente nos santuários, peregrinações, praias e termalismo, entre outras atividades ligadas ao turismo, mas cada estrutura “vai fazendo um pouco por sua conta”, pelo que “falta um rosto e um trabalho organizado que enriqueça as respostas dadas até agora”, referiu.

O organismo previsto na hierarquia eclesial há 40 anos mas que só iniciou atividades em 2012, depois de a Conferência Episcopal Portuguesa ter nomeado a equipa, pretende sensibilizar padres e leigos para desenvolverem uma “atitude profunda de acolhimento” aos turistas.

A concretização deste objetivo passa pela qualificação de agentes para explicar o património e por “coisas tão simples como a divulgação de horários de celebrações” ou a possibilidade de facultar meios para a realização parcial ou integral de liturgias nos principais idiomas, apontou.

O responsável revelou que vão ser definidas estratégias “concretas e exequíveis” a propor às paróquias e salientou que a Igreja deve ter uma atitude ativa na evangelização: “Não podemos estar à espera de quem chega mas devemos ir o mais longe possível ao encontro das pessoas”.

O pároco do Luso, onde se localiza uma estância termal, chamou também a atenção para a necessidade de descentralizar os meios: “Corremos o risco de olhar só para a faixa litoral ou para os grandes santuários mas temos muitas outras zonas de Portugal, como o interior e as aldeias históricas, que têm de estar atentas aos turistas”.

Sandra Costa Saldanha, diretora do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja e uma das vogais da Obra Nacional do Turismo, realça no editorial de hoje do Semanário Agência ECCLESIA que a Igreja tem de “potenciar recursos, saber partilhá-los e oferecê-los a todos como momentos únicos e espiritualmente mais profundos”.

A equipa da Obra Nacional é também composta pelo diretor do Santuário de Cristo-Rei, padre Sezinando Alberto, que ocupa o cargo de secretário, e pelo padre Miguel Neto, responsável pelo setor das Comunicações Sociais da Diocese do Algarve, que assume a tesouraria.

O grupo de vogais compreende o frei José Loureiro, do Comissariado da Terra Santa, Varico Pereira, pertencente à cooperativa Turel, Rosário Frazão, da Agência de Viagens Verde Pinho, e Natalina Ferreira, do Serviço de Peregrinos do Santuário de Fátima.

A próxima reunião realiza-se em julho nas instalações da Conferência Episcopal Portuguesa, em Lisboa, onde funcionará a sede da Obra Nacional da Pastoral do Turismo.

PRE/RJM

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