Turismo como instrumento de paz e de diálogo

Congresso Internacional de Turismo Cultural e Religioso decorre até amanhã na Póvoa do Varzim Mais de 500 pessoas estão a participar no Congresso Internacional de Turismo Cultural e Religioso, uma iniciativa da responsabilidade da Turel, que a Póvoa do Varzim acolhe até amanhã, dia 24. O dia de ontem foi marcado pela mensagem que o Cónego Melo, presidente da organização do congresso, e falecido nos últimos dias, havia escrito para o Congresso. A mensagem foi dada a conhecer pela voz do vice-presidente da TUREL, Abílio Vilaça. O texto sublinha a importância de apelar para a realidade do chamado “turismo religioso” pois “o turismo religioso e cultural deverá ser colocado no lugar que merece, por direito, no panorama do turismo nacional”. Os países de grandes civilizações religiosas “são países de muito turismo”, indicou, realçando que o turismo é uma prática secular assente nas peregrinações. O falecido presidente da Turel sublinhava que “o turismo é uma das formas em que a religiosidade, hoje, se expressa em grande escala” e que “o turismo autêntico faz com que os homens caminhem para os lugares onde a religião, a beleza, a grandeza e a recordação dos heróis, a história, em suma, fazem retroceder as fronteiras do comum, do ordinário e, portanto, tocam o sagrado”. Por isso, defendeu não ser possível fazer uma divisão entre turistas e peregrinos, já que, “na maior parte dos lugares cristãos o peregrino é mais ou menos um turista”. Código ético O dia foi ainda marcado pela intervenção de Luigi Cabrini, da Organização Mundial do Turismo (OMT), que reflectiu sobre a relação existente entre religião, turismo e diálogo entre culturas. A OMT fundamenta a sua acção na promoção de desenvolvimento do turismo para que este contribua para o desenvolvimento económico, compreensão internacional, paz, prosperidade e respeito universal, observância dos direitos humanos e liberdades fundamentais, isto sem distinção de raça, sexo, credo ou língua. O turismo ultrapassa a dimensão económica. Tem de ser entendido também como fenómeno social, ético e cultural. Põe em relação diferentes pessoas, é um instrumento de descoberta e conhecimento do património, mas também de preservação. O apoio às práticas turísticas éticas e solidárias podem ajudar a desenvolver comunidades e povos. O Código Ético Mundial para o Turismo, aprovado pelas Nações Unidas, destaca precisamente o contributo do turismo para a compreensão e respeito entre as pessoas. Neste sentido, o turismo é pedra fundamental para “o entendimento entre os povos e para a promoção de uma cultura de paz”. O Código Ético deveria “inspirar toda a forma de turismo religioso e cultural”, apostando na divulgação de boas práticas. Tendo em mente a conferência que decorreu em Córdoba, Luigi Cabrini realça que o turismo religioso e o turismo cultural, pela laço que mantêm, podem contribuir para os Objectivos do Desenvolvimento do Milénio. O Congresso termina amanhã com três painéis de reflexão sobre “O Desenho e a Gestão de Rotas Culturais”, a “Cultura, Turismo e Comunidades Local” e o “Turismo Religioso e Peregrinações”. Da parte da tarde há uma sessão sobre “O mercado, a procura e o marketing do Turismo, Cultural e Religioso”. No último dia de trabalhos, D. Jorge Ortiga, Arcebispo de Braga vai reflectir sobre “O turismo cultural e religioso no Norte de Portugal”. O encerramento está agendado para as 18h00 e está a cargo do Secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade.

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