Presidente da Comissão da Pastoral do Turismo da Diocese de Coimbra reconhece que «conhecimento sobre património» é um «privilégio» e uma «responsabilidade» a partilhar com outros
Coimbra, 29 ago 2025 (Ecclesia) – Cidália Santos, presidente da Comissão da Pastoral do Turismo da Diocese de Coimbra, assinala a amplitude de reconhecimento turístico que o território tem ganho, para lá da ideia de cidade emblemática dos estudantes.
“Durante muitos anos as pessoas pensavam que era só a Universidade, mais uma ou outra igreja, mas Coimbra tem muita coisa a visitar, muito património cultural, histórico e religioso”, explica à Agência ECCLESIA a responsável, que integra a equipa desde 2018, tendo sido nomeada, em 2024, presidente da comissão.
Coimbra é um território vasto, “desde a serra até ao mar”, com diversidade de paisagens que atrai turistas e famílias, garante.
“Serra, mar, cidades – há uma confluência entre diversidades. Nas outras zonas da diocese, como, por exemplo, mais na zona da Beira Serra ou mesmo da zona da Beira Mar, nota-se um fenómeno que eu até poderia chamar de turismo familiar, também de pessoas emigrantes que regressam a casa”, nota.
Na cidade de Coimbra, a existência de várias igrejas abre espaço à criação de um roteiro que a Comissão da Pastoral do Turismo quer desenvolver: o Mosteiro de Santa Clara a Velha, Santa Clara a Nova, “onde está a Rainha Santa Isabel”, a Sé Velha e a Sé Nova, o Mosteiro de Santa Cruz, o Mosteiro de Celas e o Carmelo são locais elencados pela responsável, formada em História de Arte.
A tradição religiosa dita também as muitas festas que marcam as comunidades e a visibilidade de manifestações que cruzam a cultura e a fé, como as festas da Rainha Santa Isabel, também de Santo António e as peregrinações aos Santuários diocesanos, indica Cidália Santos.
“A nossa prioridade é dar a conhecer esta oferta nos vários templos, que fazem parte do percurso da Igreja, porque a oferta é grande as comunidades são também bastante ativas, envolvendo-se e valorizando”, destaca.
A responsável assume que propor o território da diocese como destino turístico “não é difícil”, tendo em conta o “vastíssimo património e muito rico”.
A própria vivência da cidade não ofusca e não exclui todas as ações que, a nível da diocese, nas várias regiões, possam acontecer. E o que nós pretendemos é dar a conhecer património e outras ações fora do centro da cidade, urbana. Queremos destacar a nossa cultura, história, tradições, gastronomia”.
Cidália Santos valoriza a parceria estabelecida este ano com o jornal da diocese, ‘Correio de Coimbra’, onde procuram dar a conhecer locais a visitar: “Escolhemos sete sítios, conversamos com os responsáveis e mostramos o que é que cada local tem para oferecer”.
Reconhecer o património e o território é uma forma de valorizar e envolver as próprias comunidades na sua preservação, reconhece a responsável.
“Tenho chamado a atenção, e as pessoas muitas vezes ficam surpreendidas, porque aquilo que elas pensam que não tem valor afinal é valiosíssimo. Ajudamos a procurar formas de restauro e cuidado com as peças que dispõem”, explica.
Cidália Santos chama a atenção para “verdadeiras catequeses” que o património material e imaterial representa nas comunidades e para as Igrejas, sugerindo como “através da beleza” cada pessoas é chamada “a uma elevação”.
Gosto de entrar num local, começar a ler as imagens que tenho, para depois me ajudar a compreender, a rezar e a interiorizar. Penso que temos esse privilégio de ter um conhecimento e devemos ajudar outros a chegar a essa iluminação. Acho que isso é o mais importante”.
O programa ECCLESIA, emitido ao sábado na Antena 1, vai percorrer algumas dioceses e abordar a presença da Igreja, através da pastoral do turismo, que procura sinergias que cuidem do património e sejam também um caminho onde a fé se conhece.
A conversa com Cidália Santos vai ser emitida este sábado, pelas 6h00 e fica disponível em agencia.ecclesia.pt
LS/PR