Em 2016 celebram-se os 500 anos da beatificação de D. Isabel de Aragão
Coimbra, 19 ago 2015 (Ecclesia) – O presidente da Mesa da Confraria da Rainha Santa Isabel destacou algumas iniciativas que estão a preparar dedicada à rainha de Portugal que assume particular importância na Diocese de Coimbra e no contexto do turismo religioso.
“Há várias iniciativas culturais e científicas em preparação que serão divulgados oportunamente, além das festas religiosas, que pretendem valorizar e dignificar sobretudo junto dos irmãos”, disse o presidente da Mesa da Confraria da Rainha Santa Isabel, o professor António Rebelo.
A mais recente edição do Semanário digital ECCLESIA, dedicada ao turismo nas 20 dioceses portuguesas, divulga a aposta no turismo religioso que tem “obrigado” os irmãos da confraria a rentabilizar as suas instalações, “designadamente a hospedaria (em projeto de construção) e o albergue para peregrinos”.
Para o professor António Rebelo, que iniciou recentemente o seu segundo mandato à frente da Mesa da Confraria, é “importante” resolver os problemas de requalificação do património onde querem dar “continuidade à recuperação e restauro graduais da igreja, coro baixo, coro alto e claustro".
O responsável adianta que outro objetivo é a conclusão do estudo científico sobre a rota da Rainha Santa na sua peregrinação a Santiago de Compostela.
"Um projeto interdisciplinar, que iniciámos em 2013, com a chancela científica da Sociedade portuguesa de Estudos Medievais e em colaboração com o Centro de Estudos Jacobeus do Porto", revela o professor António Rebelo.
Contudo, a prioridade da confraria é a “formação espiritual dos irmãos”, através de iniciativas onde possam “ (re)descobrir esses valores que tanto sentido confere a uma associação de fiéis” Santa Isabel.
Neste propósito insere-se o “aprofundamento da espiritualidade franciscana”, que a Rainha Santa Isabel “abraçou” seguindo o exemplo de Santa Clara, onde se destaca a peregrinação a Roma e Assis, no contexto do Jubileu da Misericórdia, em 2016.
No artigo, o jornalista Miguel Cotrim, chefe de redação do ‘Correio de Coimbra’, recorda que a Rainha Santa, depois de enviuvar, mandou construir um Paço ao lado do mosteiro e apenas vestiu o hábito em sinal de humilhação.
“Santa Clara e Santa Isabel, ambas de origem nobre, partilham o mesmo espírito, a mesma maneira de ser, a mesma visão do mundo, o mesmo modo de amar, pois Santa Clara foi certamente um dos modelos preferidos de Santa Isabel”, contextualiza ainda sobre “duas mulheres das mais notáveis da História da Idade Média”.
De relembrar também que foi por “desejo” da Rainha Santa que o mosteiro de Santa Clara a Velha teve como oragos Santa Clara e Santa Isabel da Hungria, sua tia-avó.
Mais tarde, o mosteiro de Santa Clara-a-Nova manteve a mesma designação em honra de Santa Clara mas a igreja já teve por orago Santa Isabel que “tinha sido canonizada sete décadas antes da sagração da igreja”.
Em 2016 vão celebrar-se os 500 anos da beatificação de D. Isabel de Aragão, rainha de Portugal, cujo túmulo encontra-se “hoje” na igreja do Convento de Santa Clara a Nova.
MC/CB/OC