Tudo é «superlativo» na Terra Santa

Patriarca latino de Jerusalém destaca situação delicada que os cristãos vivem na região

Fátima, Santarém, 12 mai 2014 (Ecclesia) – O patriarca latino de Jerusalém disse hoje em Fátima que os cristãos na Terra Santa vivem uma situação difícil, agravada pelo facto de se encontrarem numa região onde tudo é “superlativo”.

“Não temos nada pela metade, tudo é superlativo: a alegria, a Páscoa, o calvário, a cruz, a Via-Sacra que começa e nunca acaba é superlativa. Mas o Senhor ama-nos com um amor superlativo e não devemos ter medo”, declarou D. Fouad Twal, que preside este ano às celebrações do 13 de maio, falando aos jornalistas antes do começo oficial da peregrinação internacional.

D. Fouad Twal sublinhou o tema da “conversão dos corações”, ligado à mensagem de Fátima, para que se chegue à “paz”, e antecipou a visita do Papa à Terra Santa, entre 24 e 26 de maio.

“Esperamos que o Santo Padre, com o seu bom testemunho de simplicidade, de humildade e oração, seja um exemplo para nós”, afirmou.

Para o líder católico, qualquer tema que seja abordado na Terra Santa “toca questões políticas, de Direitos Humanos”: “É impensável abordar qualquer questão, mesmo de índole religiosa ou pastoral, sem tocar num aspeto político, por isso é uma visita sempre bela, mas sempre complicada”.

O patriarca latino deseja que a visita vá para lá do aspeto exterior e haja tempo para “ir em profundidade” às intervenções do Papa, que transmite “programa” de vida especialmente necessário para os “líderes políticos” e a população em geral.

“Precisamos da conversão de coração, não de mais barreiras de ódio, de ignorância, de desinteresse, de mal-entendidos. Esta parede visível vai ser derrubada, espero”, acrescentou, numa alusão à barreira de segurança na Cisjordânia.

O responsável disse trazer os “cumprimentos” e os “desejos” da comunidade cristã de Jerusalém que “se sente unida com a comunidade de Fátima”.

“Temos uma ligação muito forte com Nossa Senhora, com as peregrinações, com a fé”, precisou.

Em conferência de imprensa, D. Fouad Twal da “atmosfera contaminada” que se vive em Israel e do “despertar do fanatismo religioso”, que “mete medo”.

Neste contexto, lamentou o crescimento do “vandalismo”, nos últimos meses, com inscrições hebraicas que ofendem os cristãos.

Os cristãos do Médio Oriente “têm uma cruz a levar” e estão a “pagar um preço” pelo ambiente geopolítico em que se encontram.

D. Fouad Twal convidou os portugueses a peregrinar à Igreja “mãe” para “fortalecer a sua fé” e ajudar as comunidades cristãs, que representam cerca de 2/3 por cento da população em Israel e Palestina e cerca de 4 por cento na Jordânia.

O bispo de Leiria-Fátima explicou, por sua vez, que o patriarca latino de Jerusalém foi convidado para destacar a “ligação” do Santuário à Terra Santa e tornar presente a situação de “discriminação” dos cristãos nessa região.

D. António Marto referiu-se ainda à recente canonização de João Paulo e João XXIII, bem como à futura beatificação de Paulo VI, elogiando estes Papas pelo “legado do testemunho da sua santidade”.

PR/OC

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Agência ECCLESIA

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