Transparência na comunicação da Igreja

Casos relacionados com o dinheiro e com o sexo são os mais sensíveis na opinião pública, diz director da Sala de Imprensa da Santa Sé

Credibilidade e transparência são características essenciais na comunicação da Igreja Católica. Quando em causa estão pessoas ou instituições, dessas duas características depende a eficácia da mensagem, referiu o Pe. Federico Lombardi no Congresso sobre a Imprensa Católica, que decorre em Roma.

Intervindo num debate sobre o tema “Comunhão eclesial e controvérsias: liberdade de expressão e Verdade da Igreja”, o director da Sala de Imprensa da Santa Sé sublinhou a necessidade de comunicar com transparência, referindo nomeadamente dois temas: os abusos sexuais e questões económicas e administrativas.

“A credibilidade da instituição depende da sua transparência. Aqui está um desafio profundo para ultrapassar os casos de abuso sexual, por parte do clero e não só do clero, na Igreja”, afirmou o Pe. Lombardi na sua intervenção.

Com os casos conhecidos, a Igreja já sofreu uma perda de confiança, “em parte justificada, em parte causada pela apresentação negativa e parcial do problema”. Para o Pe. Federico Lombardi, os casos devem ser uma ocasião de purificação profunda e de renovamento no modo como esta praga é superada.

Para o director da Sala de Imprensa da Santa Sé, o problema dos abusos sexuais por parte de membros do clero deve ser superado pela “verdade, pela transparência, pela lealdade em ver e enfrentar os problemas morais e os das instituições”.

Verdade e transparência são necessárias também para os casos em que se prestem informações sobre temas económicos ou administrativos. “Creio que os casos aos quais a opinião pública é mais sensível são os relacionados com o sexo e com o dinheiro”, afirmou o Pe. Lombardi.

“Uma Igreja credível diante do mundo é uma Igreja pobre e honesta no uso dos bens, capaz de prestar contas desse uso, inserida de modo leal e legal na rede de relatórios económicos e financeiros, sem esconder nada”, afirmou.

Afirmando a sua certeza acerca da “recta intenção” dos responsáveis das instituições financeiras do Vaticano, o director da Sala de Imprensa sublinhou que “há um caminho a fazer” antes da instituição “ser completamente capaz de convencer a opinião pública da honestidade na finalidade e nas operações que são executadas”.

A intervenção do director da Sala de Imprensa da Santa Sé adiantou procedimentos a ter em conta para que, na Igreja Católica, a comunicação seja eficaz num contexto mediático caracterizado pela velocidade, a globalização e a multiplicidade de vozes que produzem informação.

A rapidez com que se multiplicam notícias, positivas ou negativas, numa parte do globo e invadem a opinião pública global, obrigam a uma monotorização contínua da rede. Para o Pe. Lombardi é importante saber o que é publicado e manter “o diálogo constante com todos os sujeitos de onde podem vir as respostas”, testando também as ferramentas da sua divulgação de forma rápida.

Por outro lado, a gestão da comunicação obriga a que se estabeleçam prioridades, uma hierarquia concreta de temas a propor aos meios de comunicação social.

O Congresso sobre a Imprensa Católica decorre em Roma entre os dias 4 e 7 de Outubro, por iniciativa do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais. Em debate, estão também os desafios originados com as ferramentas digitais

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Agência ECCLESIA

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