«Transmissão de Fé – novos desafios, desafios de sempre»

Semana de estudos teológicos da Universidade Católica em Braga Perceber os novos desafios para uma transmissão de fé adequada é a proposta da Faculdade de Teologia de Braga, da Universidade Católica Portuguesa, para a “XV Semana de Estudos Teológicos”, entre os dias 22 a 24 de Janeiro. A Transmissão da fé ao longo dos séculos sempre teve de ter em conta os diferentes contextos das pessoas às quais se dirigia. “Isto não constituiu uma novidade, porque sempre houve novos condicionalismos”, afirma à Agência ECCLESIA o Cónego Pio Alves Sousa, director adjunto da Faculdade de Teologia. A semana, sob o tema genérico “A Transmissão de Fé – novos desafios, desafios de sempre”, pretende “ajudar as pessoas a perceber hoje quais são os novos condicionalismos”. Partindo de três grandes temas para os três dias, “embora não estanques”, os participantes vão reflectir sobre “os Horizontes, traçando um quadro global onde se situam as novas realidades, os Confrontos ajudarão a perceber as dificuldades e os Reencontros propõem encontrar soluções”, descreve o director adjunto. “Apesar de muito vastos, podem destacar-se como novos condicionalismos mais relevantes”, os desafios culturais, conflito de linguagem, abordagem na família concretamente a afectividade no seio da família, as linguagens simbólicas no contexto litúrgico e o mundo da escola com todas as suas problemáticas. A partir desta reflexão importa ter “consciência de que o conteúdo da fé não mudou, mas como sempre aconteceu deveremos colocar-nos na situação de hoje e chamar a atenção para que o modo como recebemos a fé não será em muitos casos o modo como o vamos transmitir”, sublinha o Cónego Pio Alves, adiantando que a fé será sempre a mesma. Se o discurso não for actualizado, “corremos o risco de entrar «num diálogo de surdos», ou seja, diz-se uma coisa e as pessoas entendem outra ou as pessoas não entendem o que se está a dizer”, esclarece. A transmissão é feita com as linguagens mais variadas e a linguagem do testemunho é fundamental, mas a força do testemunho varia do século I até aos nossos dias. “O imprescindível é ter consciência que o suporte para a transmissão varia e que devemos estar sensíveis para o mudar sempre que for preciso com todo o cuidado para não alterar o conteúdo”, pois segundo o Cónego Pio Sousa “o mais fácil é perante a dificuldade de transmissão, adulterar o conteúdo para dar a impressão que somos percebidos”, adverte. Esta proposta para reflexão significa que “a Igreja pode e deve actualizar-se cada vez mais com a sociedade e pode e deve cada vez mais buscar linguagens adequadas, não apenas a linguagem oral ou escrita, mas todos os recursos de comunicação que são muito variados”, aponta o director adjunto, dando exemplos. “Ao nível da linguagem oral, devemos estar atentos à evolução da linguagem para transmitir o que recebemos mas de uma forma perceptível e actual”. Lembrando uma frase de D. Carlos Azevedo, convidado da manhã do primeiro dia da reflexão “a fidelidade não significa receber de um modo monolítico e transmitir de um modo monolítico, mas transmitir de modo que o nosso destinatário perceba da forma como nós percebemos na altura”. Responderam ao desafio vários sacerdotes, religiosas, algumas pessoas com formação teológica e um grupo “considerável de professores de Educação Moral e Religiosa Católica” que no seu campo de trabalho, “perceberam a importância que a escola tem na formação e na transmissão de fé”.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top