Tráfico humano deve ser preocupação global

A irmã Gabriela Bottani, umas das mentoras da Rede Internacional de Religiosas contra o Tráfico de Pessoas – “Talitha Kum”, considera que a consciência da importância e da dignidade do ser humano é uma mensagem que tarda a sortir efeito, o que contribui para a proliferação de casos de tráfico de pessoas em todo o mundo.

Em entrevista à Rádio Vaticano, aquela responsável afirmou que este combate deve ser “um compromisso da sociedade civil, para continuar o trabalho, multiplicando as forças, tentando envolver ainda mais pessoas”.

Para erradicar o problema deve-se primeiro combater as suas causas. No que diz respeito ao tráfico de pessoas, a irmã Gabriela Bottani identificou algumas, como “a pobreza, o desemprego, a discriminação de género, a desigualdade social e sobretudo um modelo económico perverso, injusto, que exclui muitas pessoas”.

Actualmente no Brasil, mostrou-se impressionada com “o facto de esse tráfico estar a tornar-se cada vez mais um fenómeno global”. Reforçou a ideia ao dizer que “estava acostumada a pensar que o tráfico acontecia nos países europeus, nos Estados Unidos, no Japão, mas agora com a África do Sul, e o facto de estar no Brasil, percebeu que o tráfico também acontece dentro destas realidades”.

Outra questão muito presente é a violência contra a mulher. A religiosa pergunta mesmo “quais é que são os fundamentos da nossa sociedade que permitem tal violência, contra mulheres e crianças”.

O “Talitha Kum” é um organismo criado em 2009, pela União Internacional das Superioras Gerais (UISG). Esta é uma entidade que lida com esta questão mais de perto desde 2004, altura em que uniu esforços com a Organização Internacional das Migrações.

Através dele, foi lançada em várias partes do mundo uma campanha de alerta para o tráfico de seres humanos, sobretudo para a exploração e escravatura de mulheres, homens e crianças.

O Mundial de Futebol que se está a realizar na África do Sul foi aproveitado pela UISG para a emissão de 4 cartas abertas, enviadas a adeptos de futebol, às potenciais vítimas, aos facilitadores involuntários e aos chefes religiosos.

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Agência ECCLESIA

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