Dia Internacional de Oração e Consciência contra o Tráfico de Pessoas assinala-se anualmente a 8 de fevereiro
Lisboa, 07 fev 2022 (Ecclesia) – A ‘Caritas Internationalis’, membro da rede de ONG cristãs comprometidas com a luta contra o tráfico humano – COATNET, pediu aos governos que promovam ações concretas de prevenção e à proteção das vítimas deste crime.
“Pedimos aos governos que implementem o Protocolo de Palermo, e outras convenções importantes, melhore os serviços de proteção e solidariedade para os sobreviventes do tráfico entre deslocados, que estabeleça planos nacionais anti tráfico e que assegure que as vítimas recebam cuidado, proteção qualificada e acesso à justiça”, refere a instituição, num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA.
Na véspera do Dia Internacional de Oração e Consciência contra o Tráfico de Pessoas, promovido pela Igreja Católica, a Cáritas apela a uma “onda de solidariedade” e ações concretas para prevenir e acabar com o tráfico humano.
“Os 162 membros da nossa Confederação estão em contactos diários com estas pessoas que são obrigadas a realizar trabalho duro e perigoso ou envolver-se em atos sexuais comerciais. Alguns são levados à força, outros são atraídos para a armadilha. Mas todos eles passam por condições terríveis”, explica Aloysius John, secretário-geral da Caritas Internationalis.
A instituição convoca todos os seus membros para um compromisso na luta contra aquilo que apelida de “tragédia das sociedades modernas” e apela aos governos para fortalecerem os serviços de proteção e solidariedade com as vítimas, bem como o acordo para um plano nacional antitráfico.
O responsável fala na impossibilidade de erradicar o tráfico humano sem enfrentar as causas profundas que obrigaram as pessoas a fugir e as expõem à exploração: “pobreza extrema, também provocada por alterações climáticas e degradação ambiental, conflitos e violência”.
“O tráfico humano só pode parar quando acabarem as guerras e a violência, sensibilizando para o risco de se cair na armadilha do tráfico de seres humanos e através da promoção de uma economia inclusiva que permita às pessoas viver em dignidade nas suas terras”, indica.
“Tal como o Papa convoca, deveríamos ser «promotores de uma economia de cuidado», que «cuida do trabalho, criando oportunidades de emprego que não exploram os trabalhadores através de condições de trabalho degradantes e horas extenuantes»”, acrescenta.
Na celebração da festa litúrgica de Santa Josefina Bakhita, religiosa sudanesa que viveu a escravatura, a Cáritas Internacional convoca todas as pessoas de boa vontade a “contrariar a cultura da indiferença e exclusão que tantas vezes circunda as vítimas de tráfico”.
“As vítimas de tráfico humano são muitas vezes invisíveis, mas são a população mais vulnerável, e somos chamados a acompanhar e a proteger essas mulheres, homens e crianças”, apela o secretário-geral da Cáritas Internationalis.
“Só agindo em conjunto podemos dizer «Não» a este crime a uma só voz”, finaliza.
LS
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