Trabalho: Presidente da ACEGE defende «novos equilíbrios» no aumento do salário mínimo

«Tudo o que contribua para uma maior dignidade votaremos a favor», disse João Pedro Tavares

Lisboa, 11 dez 2015 (Ecclesia) – O novo presidente da Associação Cristã de Empresários e Gestores afirmou que pretende uma “continuidade absoluta” do lema ‘O amor ao próximo como critério de gestão’ e considera ser necessário “criar novos equilíbrios” sobre o aumento do salário mínimo.

“O tema do salário mínimo já foi discutido e existe um acordo abrangente relativamente à sua atualização, o que não existe é relativamente à forma e ao tempo de o fazer. Creio que os múltiplos agentes vão ter de criar novos equilíbrios”, referiu João Pedro Tavares, esta quinta-feira, sobre as negociações do aumento do salário mínimo nacional.

O presidente da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) adiantou em declarações à Agência ECCLESIA que este “desafio é grande” mas acredita que com “bom senso” esses novos equilíbrios vão sendo criados uma vez que “os políticos sabem que algo é aquilo que quer atingir” mas a forma e o tempo “é crítico”.

“Tudo o que contribua para uma maior dignidade votaremos a favor, no entanto o salário não é apenas a única forma de dar dignidade aos trabalhadores”, acrescenta o responsável.

O engenheiro civil de 53 anos, atualmente ligado à área da consultadoria, foi eleito presidente da ACEGE em novembro informa que têm “três grandes eixos” de ação.

“Inspirar a gestão, uma liderança como serviço que seja inspiradora e esteja ao serviço dos outros”; dar continuidade às “inúmeras iniciativas que procuram mudar a sociedade, fazendo de uma forma sustentada” e através do “testemunho pessoal dos seus membros” que é a “forma mais sustentada”.

“Obviamente sustentada economicamente, financeiramente, socialmente mas fundamentalmente através de um testemunho pessoal dos seus membros”, explicou.

Contudo, o entrevistado revela que há uma “linha de continuidade absoluta” com o seu antecessor que elegeu o lema ‘O amor ao próximo como critério de gestão’ que “é o mandamento”.

Segundo João Pedro Tavares, a segunda linha de continuidade é “não fazer” um 'business' de plano a três anos mas “receber ordens e ir meditando ao longo do caminho”.

Entre as iniciativas da ACEGE que contribuem para “mudar a sociedade” estão “o fundo do bem comum; a iniciativa dos pagamentos pontuais” e o equilíbrio entre a profissão e família que dá mote ao ciclo anual em curso: ‘Conciliação Família e Trabalho’.

O presidente da associação afirma que as empresas estão, neste momento, a “querer proporcionar aos seus colaboradores um maior equilíbrio a muitos níveis”.

“O não ter trabalho, não ter emprego e não ter uma forma de sustentar com dignidade a si próprio e à sua família é a maior das tensões”, analisou, comentando que a relação entre vida profissional e a vida familiar é “outra tensão”.

“Queremos inspirar os líderes para que mudem a vida das próprias pessoas para fazerem de forma sustentável também nas suas empresas”, acrescentou o presidente da ACEGE à margem da conferência do diretor-geral do Credit Suisse Gestão ‘O Valor da Conciliação: os Humanos não são Recursos mas sim Pessoas’.

HM/CB/PR

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Agência ECCLESIA

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