Grupo de base é espaço privilegiado para discernimento de opções de vida pessoais e fundamentação da doutrina social da Igreja
Lisboa, 23 nov 2011 (Ecclesia) – A Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) é uma voz que defende o primado da pessoa perante as estatísticas e algarismos que dominam a agenda política e mediática, considera a dirigente Helena Cordeiro.
“Vivemos numa sociedade onde tudo nos é explicado através dos números: parece que a economia e os mercados estão acima de tudo”, afirmou a responsável na emissão desta segunda-feira do programa ECCLESIA na Antena 1.
A secretária da LOC/MTC salienta que o movimento procura “humanizar” números que “correspondem à vida concreta das pessoas”, dando continuidade a uma história que em 2011 completa 75 anos: “Sinto-me herdeira de muitos ‘locistas’ do passado”.
[[a,d,2695,emissão (21-11-2011) ]]Aos 43 anos Helena Cordeiro está convicta de que “não há outro caminho a não ser o da responsabilidade individual, não no sentido da passividade mas da proatividade”, para exprimir o “verdadeiro sentido” do “projeto de amor e justiça que Cristo propôs”.
A assistente na autarquia de Sesimbra frisa que “o compromisso de cristão é sempre mais exigente do que qualquer outro porque se abraça por uma vida inteira”, e sublinha que a Liga Operária Católica constitui um apoio para fortalecer as raízes da fé.
“O grupo de base é o espaço mais importante para qualquer militante porque é aí que aprendemos a trabalhar em equipa e a aceitar opiniões diferentes, procuramos trabalhar no coletivo”, explica.
Nas reuniões analisam-se “todos os aspetos da vida, quer a nível individual e familiar quer do ponto de vista social e laboral”, criando oportunidades para discernir em conjunto as principais opções de vida e encontrar argumentos baseados na doutrina social da Igreja, que depois são veiculados nas conversas com os colegas.
“A forma de sermos cristãos na LOC permite-nos refletir sobre estas dimensões e não abandonar a vontade de saber o seu porquê. E como é um movimento da Ação Católica, leva-nos a agir em consonância”, adianta a dirigente, referindo-se ao método ‘Ver, julgar e agir’.
A LOC/MTC, criada em 1936 e com raízes que remontam a 1912, é um movimento que se insere “na dinâmica da vida operária, participando na caminhada solidária dos trabalhadores que buscam a justiça e a sua formação coletiva”.
A organização declarou a sua adesão à greve geral convocada pelas duas centrais sindicais para esta quinta-feira, como forma de manifestar a sua “solidariedade” com os trabalhadores que vivem “situações de fragilidade laborais e financeiras”.
O apoio à paralisação, refere a LOC/MTC, pretende contribuir para “inverter o rumo” que a “globalização económica e financeira desregulada tem imposto às democracias, no corte em direitos laborais, na proteção social e nos serviços públicos, empobrecendo cada vez mais quem vive do seu trabalho ou está excluído dele”.
O programa ECCLESIA na Antena 1 transmite esta semana testemunhos de militantes da Liga Operária Católica, no contexto do 75.º aniversário do movimento.
PRE/RJM