A situação social e laboral da diocese/distrito de Braga foram levados ao palco este Sábado, na Associação de Teatro Construção, em Joane, com uma peça de teatro e debate, patrocinados em parceria pela Equipa Diocesana da LOC/MTC, de Braga e a direcção daquela associação cultural e à qual assistiram cerca de 150 pessoas. Após uma representação teatral sobre as consequências e desafios da crescente situação de desemprego que alastra na região, com o título “ Pão Para Hoje”, teve lugar uma mesa-redonda de debate, com intervenções de Avelino Leite, sociólogo, coordenador regional do Norte do Instituto do Emprego e Formação Profissional;. Custódio Oliveira, presidente da ATC, e Alfredo Dinis, director da Faculdade de Filosofia da UCP de Braga. Para Custódio Oliveira “estamos a viver a revolução do fim da era industrial, como a vivida há duzentos anos, quando a agricultura acabou como fonte de emprego”, sendo que, “agora, a fonte do emprego vai passar a ser na área do conhecimento”. Disse ainda que “a crise internacional actual é a crise do mercado sem regras, sem valores, que faliu completamente” do mesmo modo “que caiu o muro de Berlim”. Para Avelino Leite, porém “esta situação, que cria enormes problemas, também abre algumas portas que são de aproveitar”, nomeadamente, “na área do marketing, das tecnologias, dos serviços pós-venda, no valor acrescentado”, e aproveitou para defender a sua dama, a nova legislação laboral que, a seu ver “pretende responder às novas realidades”. Referiu ainda que as grandes mutações demográficas e sociais “estão a ter uma enorme influência no mercado do trabalho, bem como as exigências de qualificação” e avisou que “todas as grandes empresas pedem agora o 12º Ano como mínimo de qualificação para os seus trabalhadores”. Por fim deixou o apelo aos adultos para o “reconhecimento de competências através dos Centros Novas Oportunidades”. Para Alfredo Dinis, “o trabalho tem de estar inserido na vida das pessoas de modo a não ofender o sentido dessa mesma vida”, dizendo-se “perplexo, por ver certos colégios abertos das oito às vinte horas, para substituir parcialmente os pais que estão demasiado tempo no trabalho”, perguntando “se não estaremos nós a ir atrás de um certo estilo de vida que sacrifica demasiado” as pessoas e que “não vê a realidade sob o ponto de vista cristão e ético”. Ainda sobre a ética, Alfredo Dinis defende que “os Estados, que não podem regular tudo, têm de ter presente a necessidade da ética do investimento” sendo que “o mesmo se pede aos empresários, que têm de se perguntar para que é que investem, se é só para o lucro pessoal, e até, quantas vezes, para a acção fraudulenta”. A concluir o debate, Custódio Oliveira deixou uma nota de esperança, dizendo que, apesar de tudo “a Humanidade caminha sempre para melhor”, e José Maria Costa, da Equipa Diocesana da LOC/MTC, apelou para a abertura de todos “à utopia de encontrar sempre formas novas de encontro, de debate e de solidariedade para a todos os problemas”. Os coordenadores diocesanos da LOC/MTC, Rui Gomes e Isabel Pereira, aproveitaram este importante evento para darem início à campanha de solidariedade com o Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos, com sede em Bruxelas, a propósito do Seminário Internacional e da Assembleia Geral desta organização, onde se filia a LOC/MTC, a levar a efeito em Nantes, França, de 15 a 21 de Outubro próximo. Esta campanha consiste na recolha de fundos e na venda de uma vela, por dois euros, cujos resultados vão contribuir para financiar a participação dos delegados dos países mais pobres da África, da Ásia e da América Latina. A Equipa Diocesana da LOC/MTC